10 Considerações sobre O Homem De São Petersburgo, de Ken Follett ou porque sufragistas mudam o mundo

O Blog Listas Literárias leu O Homem de São Petersburgo, de Ken Follett publicado pela editora Arqueiro; neste post as 10 considerações Douglas Eralldo sobre o livro, confira:

1 - Relançado pela editora Arqueiro, O Homem de São Petersburgo é leitura viciante para fãs de thrillers, especialmente os admiradores de Ken Follett, pois neste livro estão as principais características que marcam a obra do autor sempre recontando em seu universo ficcional um pedaço da história;

2 - No caso deste livro, deparamo-nos com uma trama secreta envolvendo os preâmbulos da Primeira Guerra Mundial em que um típico lorde inglês e um príncipe russo negociam uma aliança enquanto um anarquista radical tenta explodir o acordo, e, logicamente, coisas e pessoas;

3 - Contudo, não podemos deixar de observar que como se fosse uma novela mexicana com suas revelações familiares de última horas e personagens constantemente interligados, características, porém, que influenciam ainda mais no ritmo da obra;

4 - É o ritmo alucinante dos acontecimento, e também das descobertas que não nos deixa esquecer de que estamos diante de um thriller e não propriamente um romance histórico, pois para leitores que primem pela ação e cargas de adrenalina, certamente a leitura será um ótimo entretenimento;

5 - Mas não quer dizer que trata-se de uma obra de ação baseada em tiroteios e combates corpo a corpo, que embora existam, acontecem em momentos cruciais da narrativa, já que a ação aqui desencadeada está muito mais no movimento, como se assistíssemos um intrincado jogo de tabuleiro em que as peças alternam-se de lugares muito rapidamente.

6 - E quando falamos das características de Ken Follett, logicamente a inserção num contexto histórico e o ritmo alucinante são um dos elementos essenciais que somam-se a outra característica que nunca falta em suas obras:a sensualidade. Neste livro ainda que nem sempre explícita, a sensualidade está ali, e diga-se, para o autor parece ser este um item importante na conquista de leitores, pois muitas vezes ele privilegia o sensual mesmo em detrimento do contexto histórico, visto que há expressões no livro (ao menos nesta tradução) que certamente não teriam sido pronunciadas em 1.900;

7 - Portanto, temos neste livro uma trama internacional de espionagem ambientada na alta sociedade britânica e temperada com sexo, ação e segredos familiares, ou seja, fatores capazes de estimular e apreender um legião de fãs que tornaram Follett uma das referências no gênero;

8 - Além disso, a ambientação de fundo do livro, mais até mesmo que os preâmbulos da Primeira Guerra, revela-se interessante ao apresentar o movimento sufragista das mulheres britânicas que lutava pelo direito ao voto, e que o obtiveram após a guerra;

9 - Nesse sentido, especialmente através de Charlotte vimos saltar algumas questões da luta feminista e que contribuem para a compreensão desta luta, de tal modo que a própria Charlotte revela-se uma moça carregada de ideais. Uma pena apenas que Follett amadurece-a repentinamente, mais uma vez, prejudicando a verossimilhança, e acima disso, certa leitura determinista do autor relegando de certo modo à genética o idealismo da jovem inconformada;

10 - Enfim, O Homem de São Petersburgo é um livro que enrega o que promete, e certamente os apreciadores do gênero e do autor terão boas horas de prazer nesta leitura de ritmo vertiginoso.



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