10 Grandes e melhores cagadas da literatura

Os expurgos do corpo, os dejetos, os fluídos, todos eles carregam gigantescas simbologias e a partir da abjeção são capazes de por meio da literatura mexer com tabus e provocar reflexões. Nesse sentido, talvez nada mais abjeto que o ato de defecar, no popularesco, cagar, dar uma barreada, passar um faz, soltar o getúlio. Neste post selecionamos 10 grandes e antológicas cenas com as melhores (ou piores) cagadas da literatura, confira:


1 - Cagada com punheta: No Brasil, talvez o Rei das Cenas Cagadas seja Lourenço Mutarelli. Elas se repetem em muitos de seus livros. No caso de O Cheiro do Ralo, elas são inúmeras e diversas. Numa destas cenas o protagonista, o homem parecido com o cara do Bombril corre ao banheiro para se aliviar devolvendo o lanche ao vazo. Mas a escatologia e a abjeção não se encerram por aí, ele nem mesmo se limpa, liga o chuveiro para masturbar-se lembrando Rosebud;

2 -Sobre a cama ou Feliz Ano Novo: Mas possivelmente quando se fala em defecar, cagar, talvez a cena mais antológica da literatura brasileira seja o ato perpetrado pelos ladrões do conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca que ao avistarem a lisura da colcha, resolvem nela expressarem suas rebeldias, cagando na cama e limpando a bunda com a própria colcha;

3 - Bosta não é ouro: A cultura pop também possui sua cena icônica de uma cagada. Trata-se do desfecho final da relação entre Twin e Tyrion Lannister. Ao matar o pai com uma besta o anão enfim observa o pai autoritário na privada e faz a "descoberta" que mitos são mitos, enfim, seu pai não cagava ouro;

4 - O ovo de ouro: Em Os Cus de Judas não são raras as cenas de escatologia que combinam com a desolação humana narrada pelo livro. Numa destas cenas o narrador dirige-se a Sofia descrevendo literalmente sua cagada "instalado no sanitário como uma galinha abanando as nádegas murchas" para então depositar seu "ovo de ouro", na verdade "um rastro ocre de merda";

5 - Vale um soneto: Bocage que era poeta das indecências conseguiu descrever liricamente uma cagada em seu Soneto da Cagada: Assim prossegue, e farto já de gu/O branco, e respeitável canarim/Deita fora o cachimbo, e lava o cu;

6 - Na pia: Voltando às cenas de cagada de Lourenço Mutarelli, em o Filho Mais Velho de Deus o protagonista tem sofrido certo incômodo pelo fato de estar cagando fino, como um gato. Perdido em Nova Iorque em determinado momento ele leva a bunda à pia e caga por ali mesmo;

7 - O copromanta: Bosta é uma assunto sério, e, vejamos, na literatura nacional talvez Lourenço Mutarelli não seja o único voltado ao tema com tanto afinco. Já falamos aqui de Rubem Fonseca, e este é um autor também íntimo das fezes. Nesse conto cria, inclusive, uma ciência específica a partir do hábito de seu narrador-protagonista  que “estava pensando em Deus e observando as minhas próprias fezes no vaso sanitário”;

8 - Diarreia bem descrita: Bons autores são capazes de descrever eficientemente até mesmo uma cena com diarreia. É o caso de Ranulph Fiennes em Os especialistas, que descreve a urgência da cena com bastante exatidão e qualidade;

9 - Vasos transbordantes: Voltamos ao Cheiro do Ralo. Quer tática mais certeira para estragar o bucho que mandar pra dentro um X-Tudo. Quando o lanche cai mal, misericórdia. É o que ocorre com o protagonista que depois de fazer o estrago, vê tudo voltar pelo ralo. Bem nauseante a cena, mas uma bela cena quando o assunto é cagada;

10 - Cobrindo de Bosta: Agora, cagar para embostear os outros só podia ser coisa de gangues, de paranzas. É o que faz Nícolas em Os Meninos de Nápoles. A abjeção e o animalesco ritualizado da cena demarca posições de poder e de humilhação num mundo bastante selvagem.

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