5 Experiências exóticas ou místicas de um leitor

Aqui no blog vivemos dizendo das diferentes sensações ou provocações da leitura. Por certo que cada leitor ou leitora possui uma experiência pessoal e particular (conte-nos nos comentários) sobre suas leituras, de modo que no post de hoje resolvi compartilhar algumas experiências curiosas, quiçá exóticas, durante durante minhas leituras. Confira:

1 -  Concatenação de eventos nos espaços-tempos: Um dos fatos curiosos que sempre recordo-me é de uma leitura que realizava para a faculdade lá por 2016. Aproveitava uma das longas viagens necessárias para por em dia a leitura de O Quinze, de Rachel de Queiroz. Os que já o leram certamente concordarão que a aridez e a secura daquele romance vigoroso nos impacta. Todo aquele clima tenebroso, na natureza e nas almas salta das páginas e algum quantidade sua toca os leitores. Por isso há uma cena que traz um pouco de alívio, chove no sertão. Pois bem nessa hora, lendo o romance na poltrona de um busão, do lado de fora começa a chuva também, trazendo aquele tradicional cheiro de chuva (talvez não tão reconhecido nas selvas urbanas) e com isso construindo sabor diferente à leitura. Uma convergência de acontecimentos curiosa e uma experiência, digamos, com jeitão de epifania;

2 - Disparo de insights e memórias: Há um livro brasileiro que talvez merecesse ser mais conhecido, Os Ratos, de Dyonélio Machado. Dá para encontrar ótimas lições e leituras nesta obra, isso sem falar no talento exímio do autor em lidar com o tempo na narrativa. A forma como usa o tempo e nos traz essa percepção é algo fantástico. Um bom exemplo disso é quando seu "pobre diabo" Naziazeno "perde" horas do seu dia enfurnado num cassino, perdendo dinheiro e tempo para resolução de seu drama. A mim, maior impacto dá-se pela angústia presente no personagem que entra num local com sol alto, e num piscar de olhos, na saída, toma consciência da passagem das horas. Nesse caso específico a leitura atirou-me a reminiscências da juventude, uma era anterior às lan houses em que locadores tinham seus videogames e atraiam estudantes do ócio. Não foram raras as vezes que entrei no começo da tarde, para sair daquela saleta escura já à noitinha. Pois que a experiência de Naziazeno levou-me de volta àquela experiência, e creio que muitos já tiveram essa estranha relação quanto à percepção do tempo;

3 -  Acelerador onírico: Já tinha comentado aqui uma característica pessoal enquanto leitor, alguns livros parecem acelerar minha predisposição a pesadelos. Pois muitas são as leituras que durante o processo, percebo a aceleração das atividades oníricas deste que vos fala. Até virou lista por aqui;

4 - Convergência coincidente temática: Em princípio parece-me alguma coincidência do inconsciente provocada pelo geralmente múltiplo volume de leitura (às vezes chego estar lendo mais de cinco livros ao mesmo tempo, o próximos) de modo que a cada certo período mesmo optando por aparentemente leituras distintas, as leituras num ponto ou outro acabam tratando de um assunto semelhante;

5 - Dejá vu: Bem, talvez no meu caso não seja assim tão estranho, pois coleciono algumas histórias a respeito dos dejá vus, e particularmente já vi falhas na Matrix alguma porção de vezes. Até então nunca durante à leitura, como ocorreu recentemente com Um Tempo Aceitável. Lia alguns capítulos como se tivesse repetindo algo. Não sei se pela semelhança das obras da série em si, pelas outras referências, o fato é que a experiência mostrava-se mais dejá vu do que a percepção de ter outras narrativas semelhantes;

     

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