Hoje nosso post não é destinado aos personagens mais heróicos de nossa literatura, mas sim para aqueles que guardam certa pureza e inocência que em alguns momentos quase soa como fraqueza. Estamos falando daquelas pessoas capazes de acreditar ou de não perceber as malícias de um mundo em que viver é sempre muito perigoso. Neste post uma seleção com os 10 personagens mais inocentes e ingênuos da literatura, confira:
1 - Sancho Pança: O fiel escudeiro de Dom Quixote muitas vezes parece assumir a própria loucura de seu cavaleiro andante. Mas pensamos menos loucura e muito mais simplicidade do homem rústico sem grandes conhecimentos que ingenuamente de fato adentra às loucas aventuras do Cavaleiro da Triste Figura a tal ponto de aguardar sua ilha para governar;
2 - Jon Snow: Você não sabe de nada, Jon Snow. É incrível como nosso herói de A guerra dos tronos escuta essa velha máxima de uma boa dezena de personagens quase como se ele fosse um tolo. Mas na verdade não é isso, num mundo tão duro, talvez Snow seja o último dos inocentes, aquele que carrega não só esperança, mas muita ingenuidade. Numa selva naturalista é o elemento social incapaz de analisar o pior, além, é claro, de ser permanente prisioneiro de suas boas virtudes;
3 - Batista: No conto de Murilo Rubião o bom Batista começa e termina o conto com uma confiança indestrutível no outro, mesmo a despeito das ações que o fustigam. Batista não enxerga maldade em nada e é capaz de anular a si mesmo em sua capacidade interminável de ver nos outros tudo quanto for virtude;
4 - Pollyanna: Bem, não à toa a jovem personagem é vista como alegoria e exemplo de ingenuidade. Alguns dirão, porém, que a suposta ingenuidade é uma forma de resistir às desgraças do mundo. Sua maneira positiva (afinal, teria ela mudado o mindset e é mãe de todos os coachs?) de enxergar as coisas e mesmo subverter certas realidades inclusive cunha o termo "mundo de Pollyanna";
5 - Forrest Gump: Talvez o exemplo mais curioso da lista pois a ingenuidade e inocência aqui é seu grande poder capaz de construir uma jornada de vida fantástica a partir do seu modo peculiar de observar a vida. Talvez por seguir a filosofia "do homem que nada quer", Gump consiga façanhas incríveis com sua diferenciada forma de entender o mundo;
6 - Sansão: Pobre cavalinho, cavalão, do proletariado expressão em A revolução dos bichos. Sansão permanece inocente até o seu fim. Trabalhador incansável um operário incapaz de perceber o descaminho tomado pela revolução. Sempre disposto a entregar mais e mais em nome de um sonho, de sua utopia, seu destino na fábula por isso mesmo é um dos mais impactantes;
7 - Fabiano: Haverá quem questionará sua inclusão nesta lista, afinal, nos momentos mais decisivos a ingenuidade é trocada pela lucidez das capitulações e assim, em suas derrotas, Fabiano torna-se o vencedor. Matuto e bronco, o sertanejo é sempre lembrado entre os personagens que guardam certa inocência perante o mundo, mesmo que uma inocência revolta como em seu caso;
8 - Samwise Gamgee: Um hobbit que apenas deseja cuidar de seu jardim pode ser muito, muito valente. Os hobbits em geral guardam certa inocência e ingenuidade (tudo bem, na geopolítica, pois entre si, não faltam rolinhos), mas Sam realmente é um dos mais diferenciados. Aqui tratamos de uma inocência e ingenuidade distinta em grande parte das anteriores, mais relacionadas à inabalável força utópica na vitória que o torna o membro mais relevante da sociedade do anel, a despeito de ser Frodo o portador;
9 - Fausto: Quer maior ingenuidade que a de acreditar na possibilidade de ter todo o conhecimento do mundo? Ou então a ingenuidade de pactuar com figuras questionáveis à luz de promessas engenhosas? Tudo bem que conforme a narrativa Fausto é mais ou menos esperto em seu desfecho, mais ou menos punido. Mas seja qual for o caminho que segue, há no mito a presença de alguns elementos de ingenuidade que neste caso podem levaros homens a muitos perigos;
10 - Eddard Stark: Estava relutando em repetir personagens de uma mesma série, livro ou universo, mas tem jeito não, a ingenuidade de Eddard é daquelas a custar uma vida. Seu papo reto com Cersei e em sigilo é um dos seus grandes erros, entre tantos outros, quase sempre marcados pela ingenuidade de acreditar em conceitos como lealdade e justiça. No fim, pobre Eddard, termina com a cabeça espetada nos muros do castelo.
