10 Considerações sobre Birman Flint - A maldição do Czar, de Sergio P. Rossoni ou sobre as vantagens de uma nova edição

 O Blog Listas Literárias leu Birman Flint - A maldição do Czar, de Sérgio P. Rossoni publicado pela Avec Editora; neste post as 10 considerações de Douglas Eralldo sobre o livro, confira: 

1 - Birman Flint é figura já conhecida aqui do Blog, afinal, fomos apresentados a sua primeira edição que saiu pela Chiado. Já naquela obra nos mostramos bem felizes com a leitura diante do potencial de do poder imaginativo desta série de fantasia, uma obra bem distinta do que temos visto na fantasia brasileira. Por isso, muitos dos nossos elogios permanecerão os mesmos, de modo que, neste post, possivelmente nos concentraremos no que se avança a narrativa;

2 - Primeiramente é preciso dizer que se o universo e ideia geral reúne elementos da obra trazida pela Chiado, A maldição do Czar é uma nova obra, reelaborada tanto pela autoria como pelas escolhas editoriais, pois sentimos a presença de editores no aprimoramento da narrativa, e isso é extremamente positivo; aliás, reforça-se que aqui é a leitura é o adentrar a uma nova narrativa, ainda que em enredo que parte de sua primeira publicação;

3 - Vale dizer que se já era um livro atraente, as mudanças e novas escolhas tornam a leitura ainda mais atrativa. Há certo ganho de ritmo e dinâmica neste novo livro, de modo que a leitura ficou muita mais interessante ao leitor, e olha que a primeira publicação já o era;

4 - E aqui falamos de algo relevante na publicação de um livro. A publicação pela Avec mostra como um projeto pode valorizar uma publicação. É uma edição cuidadosa, dos elementos paratextuais ao próprio texto, o que engrandece a publicação. Bem sabemos que temos em Birman Flint duas publicações por dois conceitos de editoração, o da Chiado, que embora reúna bons trabalhos, bem sabemos sua política editorial e o da Avec, editora que investe no segmento fantástico e cada vez mais destaca-se no mercado editorial nacional...



5 - Essa mudança de Birman Flint para a Avec torna o livro de Rossoni não só algo mais elaborado, como o coloca em pé de igualdade com tantas obras da literatura fantástica nacional. Material de grande qualidade e demonstração que a força do conjunto é relevante, de uma boa revisão a uma diagramação condizente, ilustrações que quando presentes valorizem o trabalho. Enfim, um livro, querendo ou não é um trabalho que ao final trata-se da soma de muitas habilidades, começando pelo autor, claro, até porque, por melhor que sejam os editores não se salva obra ruim, a todos os outros elementos que tornam o livro uma experiência relevante ao leitor;

6 - Dito isso, nos concentraremos um tanto mais na narrativa. Reforçamos a força imaginativa presente nessa narrativa fortemente marcada pelo interesse de seu autor na história do mundo. É a partir da história do mundo que ele dá vazão a seus personagens antropomórficos construídos com traços cartunescos recheados positivamente com alguns clichês que prendem os leitores;

7 - Aliás, ao mesmo tempo que temos um enredo clássico das jornadas de aventura, os traços cartunescos de seus personagens se tornam mais fortes pelo modo que Rossoni nomeia-os. A brincadeira com a linguagem aparentemente simplória, como já o havia dito em resenha anterior, interessantemente funciona. Não sei se é certa influência Ducktales presente, mas enfim, o jogo entre as linguagens que ambientam suas figuras antropomórficas e suas "espécies" geradoras poderia aparentemente ser algo que falasse contra o livro, mas não, funciona e funciona bem...

8 - Mas acho que funciona justamente em razão disso: a obra de Rossoni é uma novelização, um romance, mas esse romance de fantasia carrega com muita força a magia e o ritmo de aventura de obras como Ducktales, Tio Patinhas - só que com um pouquinho mais de sangue - de modo que a narrativa flerta fortemente com a banda desenhada, que de algum modo parece assim como a história, influenciar o trabalho do autor;

9 - E tudo isso melhorado como já dissemos, não apenas pela reelaboração da narrativa, mas com a solução dos "baixos" citados na resenha de outrora. Aqui somos levados tão somente à aventura, à narração - que diga-se, descreve cenas de ação com grande habilidade, de modo que nossa impressão sobre o livro se contorna por seus muitos pontos positivos;

10 - Enfim, A maldição do Czar é literatura fantástica na veia e de uma forma que só Rossoni tem feito por aqui. É obra distinta em nossa fantasia, marcada pelas influências cartunescas e personagens divertidos, dinâmicos e, acima de tudo, agentes de muita aventura e ação, elementos fundamentais para o gênero.

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