10 Melhores contos da literatura brasileira

Sim, toda lista é subjetiva, esta mais do que nunca representa as escolhas deste leitor, por hora também editor deste blog. Neste post compartilho minha seleção com os 10 melhores contos da literatura brasileira, confira:

1 - O Coelhinho Teleco, de Murilo Rubião: Precursor do Realismo Mágico no Brasil, Rubião consegue dar a seus contos toda a precisão que o gênero exige, mas não só isso, desde a primeira linha o autor leva o leitor à próxima linha com a força de um aprisionamento, no bom sentido, claro. E o bacana de seus contos é a simplicidade popular e a riqueza estética que possuem, e muitos, o humor crítico dos mais ricos em nossa escrita, caso deste conto que é um primor do estranhamento e do riso com seu personagem bastante único na literatura brasileira e mundial. Os contos do autor podem ser lidos nessa edição de obra completa;

2 - A Causa Secreta, de Machado de Assis: Não só o maior romancista como geralmente é descrito, Machado sem dúvida alguma pode ser considerado o maior contista do país, não só pela quantidade de obras publicadas, mas pela qualidade nos mais diferentes subgêneros, como o horror, no qual não perde de modo algum para Edgar Allan Poe se tomarmos o exemplo desse conto de uma construção magistral sobre como implantar o horror, não apenas nas personagens, mas também fazendo que este impregne seu leitor;

3 - A Mulher do Vizinho, de Fernando Sabino: Uma dica para quem gosta de contos é a leitura dos Cem Melhores Contos Brasileiros organizados por Italo Moriconi. Este conto está nesta antologia, e talvez como poucos descreva a hipocrisia das hierarquias nacionais, tendo, claro, o contexto de produção muita relevância nesta construção;

4 - O Negro Bonifácio, de João Simões Lopes Neto: Os contos de Simões ultrapassam a questão regionalista, embora quem o leia, muitas vezes prenda-se nesta perspectiva. No caso deste polêmico conto temos uma série de discussões acerca das relações humanas e dos preconceitos que servem para uma boa partida ao debate;

5 - O Homem Com o Furo na Mão, de Ignácio de Loyola Brandão: Conto publicado  originalmente no livro Cadeiras Proibidas (outro conto do livro muito bom) deu origem a Não Verás País Nenhum, no entanto com a vantagem da densidade e síntese do conto que acaba reduzindo qualquer possibilidade de panfletarismo. Um conto de grande força alegórica e metafórica e com diferentes possibilidades de interpretação;

6 - Como Ataca a Sucuri, de Guimarães Rosa: Ah, a eterna briga, Guimarães e Machado? Dois exímios romancistas, dos exímios contistas. Guimarães como Machado tem tantos outros belíssimos contos, mas minha escolha é essa pelo espirito de aventura, pelos elementos humanos, às vezes selvagem presente no conto somado ao serpentear de sua estética que revela uma verdadeira ourivesaria das palavras;

7 - Uma Vela Para Dario, de Dalton Trevisan: Desamparo e desalento são marcas desse conto sombrio mas que tanto diz de sociedade brasileira e suas metrópoles;

8 - Passeio Noturno, de Rubem Fonseca: Certamente dos mais psicóticos contos da literatura brasileira trata das raízes da violência, mas para além disso, da sua gratuidade e do seu poder de alcance a todas as esferas sociais. Um conto sobre o poder do ódio;



9 - A Balada do Falso Messias, de Moacyr Scliar: Para além da questão do fantástico, o conto trata da diáspora do povo judeu e também de um Rio Grande do Sul ainda em natureza selvagem revelando uma longa jornada humana;

10 - O Bom Amigo Batista, de Murilo Rubião: Um conto sobre a ingenuidade que se agiganta diante os dissabores enfrentados pelo protagonista ligado no "modo Polyana". É um conto muito curioso, dessas comédias um tanto amarga que não nos abandona com facilidade. É dos contos que nunca esqueço.   

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