Faz quase 2 anos de blog que venho lendo, comentando, e criando listas, e me toquei que esta é bem oportuna, e que de uma forma ou outra justifica muitas de minhas considerações, em alguns casos podem combinar com os seus critérios, ou não, pois cada leitor analisa e lê de uma forma muito particular:
1 - A composição do miolo: Este antes mesmo de uma boa escrita, é fundamental ser bem apresentado. Uma má elaboração do miolo de um livro pode levar ao desgaste do leitor e uma fonte inapropriada não salva nem a melhor das criações. No meu caso trabalho sempre com a velha máxima do "menos é mais", e quanto mais simples a diagramação, melhor, caso o livro possua grafismos mais elaborados, tem de ser adequado ao tema, e desde que não atrapalhe a leitura, e nem me disperse de meu objetivo primordial que é ler o livro;
2 - Ortografia: Não sou crítico, portanto muitas vezes podem passar despercebidos em minha leitura deslizes de continuidade, ou detalhes que talvez não se encaixem. Porém, um livro que me apresente problemas ortográficos numa escala mais que o aceitável [ no meu caso tolero 3 a cada 100 páginas] estraga todo o prazer de minha leitura, pois no mínimo foi um trabalho realizado sem levar em consideração que se está oferecendo um produto ao leitor, e numa relação destas, o mínimo a ser exigido é o profissionalismo, e uma obra que extrapole este limite, por certo não está pronta a ser apresentada para o público;
3 - Prólogos: Podemos chamá-los também de "trecho recheado de spoilers". Sei da polêmica ao falar isso, mas é uma caso muito particular, talvez de um gosto muito próprio, mas sinceramente acredito que na maioria das vezes os prólogos são desnecessários e irrelevantes. Não curto muito da presença deles, e, até hoje, raro foram os livros cujo prólogo não me incomodou;
4 - Personagens invisíveis: Não, eles não possuem o poder da invisibilidade, mas os leitores realmente não os vêem. Já encontrei deles em muitos livros e as vezes são [ou pretendem ser] relevantes para a história, no entanto o autor não consegue dar-lhes rosto ou identidade. Não há como reconhece-los, nem pela aparência, nem pelo perfil psicológico. Eles geralmente estão em livros ruins, e não são tão raros assim;
5 - Verossimilhança: Nada mais anti-clímax que se deparar com coisas inverossímeis. Mesmo na fantasia, as coisas tem de fazer sentido, e quando houver o absurdo, este deve ser justificado de forma plausível. Fílleas Fogg era o "inglês mais inglês de todos", e isto tem de ser respeitado em todo o livro. Não corre chocolate nos rios, tampouco chove pedra, sem que no mínimo o autor justifique. A presença de personagens, ou cenas inverossímeis pode prejudicar o conceito de um livro;
6 - Diálogos pobres: Outra coisa que pode irritar um leitor, principalmente se for como eu, é a pobreza nos diálogos. Os personagens de uma estória só devem falar "quando tiverem certeza". Em alguns casos a narração pode muito bem ser apresentada pelo narrador, ou sequer existir, pois vez por outra nos deparamos com conversas totalmente desnecessárias para o enredo, ou pior que isso, diálogos que parecem ter sidos extraídos de conversas de crianças;
7 - Argumento frágil: O argumento é a seiva vital de um livro, pois é a partir dele que tudo se desenvolve, e justamente por isso ele precisa ser bom. Argumentos frágeis, repetitivos, ou clichês podem atrapalhar o mais preparado dos escritores, e mesmo que ele seja mestre em narrar uma história, se o argumento não convencer, não agradará ao leitor;
8 - Narrativa arrastada: Alguns livros por característica própria, possuem uma narrativa arrastada, que anda devagar, fazendo com que o leitor muitas vezes tenha de reler palavras, ou até mesmo parágrafos inteiros. Este tipo de leitura conforme o andar da escrita pode se tornar cansativa, e acredite, nenhum leitor gostará de algo que lhe tenha sido cansativo, afinal, lemos por prazer;
9 - Mais do mesmo: Sempre que buscamos a leitura buscamos por algo novo, portanto nada mais decepcionante que nos depararmos com histórias que remetem a coisas já familiares, sejam da literatura ou do cinema. Muitos livros as vezes pecam pelo excesso de influências, e isto pode se tornar uma experiência desagradável ao leitor;
10 - Tudo isso junto: Esta aí algo que espero não encontrar, mas imagine todos esses problemas num único livro só... Alguém teria de avisar editor e escritor que este teriam de mudar de profissão. Mais condenável que isso, só mesmo o plágio;
arrasou muito, adorei essas dez coisas e concordo com elas!
ResponderExcluir"arrasou muito" me faria parar de ler na hora.
ExcluirAdorei a matéria!! Concordo com você :)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNo item "prólogo" existe um erro de concordância: "raros são os livros" seria o correto.
ResponderExcluirUma coisa que me irrita muito é a variação linguística. Não gosto de ler obras muito antigas, até porque não entendo o significado de muitas palavras, tais como nas obras de Gregório de Matos, Sousa e Cruz, Olavo Bilac...
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