10 Curiosidades sobre a literatura policial brasileira

A literatura policial no Brasil vive num permanente divã, uns achando que não há bons exemplos, outros que observam as potencialidades do gênero aqui, em debates extensos e marcados sempre pela "mácula" de gênero menor. Todavia, neste post selecionamos 10 curiosidades da literatura policial brasileira e que mostram detalhes interessantes, confira:

1 - O Primeiro foi coletivo: Há muita discussão sobre a consolidação da literatura policial no Brasil, hoje, porém, é meio consensual de que a primeira narrativa policial no país foi fruto de uma publicação, olha só, coletiva, O Mystério, escrito por Coelho Neto, Afrânio Peixoto, Medeiros e Albuquerque e Viriato Corrêa que foi inicialmente publicado no Jornal A Folha;

2 - Primeiro Noir: Já o primeiro romance policial brasileiro considerado no gênero Noir foi Parada Proibida, de Carlos Souza, publicado em 1972;

3 -  Sucesso entre jovens: Curiosamente um dos autores mais vendidos e lembrados por suas obras policiais tem em seus maiores sucessos publicações juvenis, O Mistério do Cinco Estrelas e Um Cadáver Ouve Rádio, de Marcos Rey, que para o público adulto, criou o detetive Adão Flores, que entre outros, está no conto O Último Cuba Libre;

4 - Fenômeno de inseto: Nesse misto de literatura policial e juvenil, o maior sucesso é sem dúvida O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida, sendo provavelmente um dos livros policiais mais vendidos de todos os tempos, sendo o segundo mais vendido da coleção vaga-lume, na casa das centenas de milhares;

5 - Ser ou não ser, eis a questão: Agora, um dos fatos mais curiosos nessa querela toda é que Rubem Fonseca, tido por muitos "o pai da literatura policial" no Brasil, ou pelo menos reconhecido como quando o gênero toma força, suscita, contudo, o interminável debate - e desnecessário - se Rubem Fonseca é literatura ou literatura policial?

6 -  Vocação para sátira: Outro detalhe interessante na ficção policial do Brasil é seu espaço para sátira, dando espaço para sátiras que brincam com o próprio gênero, como o caso de O Xangô de Baker Street, de Jô Soares e o recente e não tão satírico, mas bem humorado, Nove Tiros em Chef Lidu, de Paula Bajer Fernandes;

7 - O detetive brasileiro, nem tão brasileiro: Será que a literatura policial de um país exige necessariamente um detetive? Pois um dos principais detetives do país e Dick Peter, que surge inicialmente no rádio, depois nos romances brasileiros de Jeronymo Monteiro sob e pseudônimo de de Ronnie Wells, e suas aventuras que mesclavam ficção policial e científica  e se passavam em Nova Iorque;

8 - Policial, "pero no mucho": A literatura policial no mundo é algo cujas regras são quase que inalteradas, e quase todas seguem os princípios estruturais do gênero. Mas como diria Biquíni Cavadão "aqui em baixo as leis são diferentes" e os autores gostam de testar os limites do gênero. Raphael Montes, por exemplo, vendido como autor policial e elogiado por Scott Turow, publica obras interessantíssimas, mas muito mais próximas do suspense. Outro autor que joga com isso é Marcos Peres em Que Fim Levou Juliana Klein?

9 -  O principal nome do gênero: Nessa jornada da literatura policial brasileira, sem dúvida, o principal nome que que solidificou o gênero é Luiz Alfredo Garcia-Roza, criador do popular detetive Espinosa;

10 - Entre o modernismo e o conto policial: Quando se fala de Pagu o público em geral vai recordar de seu envolvimento com o movimento modernista, contudo nem sempre e lembrado que sob o pseudônimo King Shelter ela publicou seis contos policiais na Revista Detetive.

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