7 Razões porque "1984" é hoje

1984, de George Orwell (1949) desde a chegada de Trump tem voltado às listas de mais vendidos com extrema força. Na Amazon, por exemplo, o download da obra cresceu 10.000%. Um dos grandes romances a abordar o totalitarismo, a obra já era consagrada pelo conceito do "Big Brother" agora reacende outras reflexões sobre o mundo contemporâneo com paralelos que não podem ser negligenciados:

1 - Controle total do estado: Sempre lembrado, o livro apresenta um governo com total controle dos seus "cidadãos" através da vigilância e das teletelas. Em paralelo aos nossos dias o poder é cada vez mais capaz de espionar todo mundo, e o escândalo de Edward Snowden foi um grande exemplo da capacidade de vigilância do estado. A teletela de Orwell transformou-se nos notebooks e smartphones de hoje;

2 - Dois minutos de ódio: Outro momento impactante da narrativa é esta obrigação para com o regime do partido em que há toda uma catarse explodida por xingamentos e agressões, algo muito parecido com o que hoje vemos nos rodapés de portais e redes sociais em comentários que destroem anos de civilização e expõe uma sociedade cada vez mais racista e intolerante. Do mesmo modo, vídeos compartilhados expõe certo grau de loucura e ódio como a moça la da bandeira comunista do Japão;

3 - Verdade móvel: Este era o termo utilizado lá na década de sessenta para definir a forma de como a sociedade descrita por Orwell lidava com "a verdade" através de seu Ministério da Verdade (Miniver) que servia justamente para alterar "a verdade dos fatos". Era neste local, que inclusive trabalhava Winston Smith. Vejamos que chegamos a isso nestes tempos de notícias fakes, posts mentirosos, e mesmo um governo (o mais poderoso belicamente do mundo) em que uma integrante do alto escalão cunha "fatos alternativos" para "criar a própria verdade dos fatos"; Chegamos então á era em que 2+2=5;

4 - Duplipensamento: Está diretamente relacionado ao item anterior e versa sobre a capacidade dos indivíduos em acreditarem em duas ideias completamente contraditórias. Este, aliás, é um elemento do livro que tem passado despercebido, contudo, uma breve observada nas publicações das pessoas, qualquer pessoa com maior capacidade de afastamento, perceberá as contradições. Um exemplo contemporâneo que ilustra bem isso são cristãos que destilam ódio e preconceito, além de geralmente se porem contra políticas humanistas. Isso só existe no duplipensamento, ou se é uma, ou outra coisa;

5 - Novafala: Miniver (Ministério da Verdade) é um dos exemplos da ação política sobre a linguagem, e ainda que as mudanças contemporâneas nesse quesito não demandem de ações políticas, mas sim tecnológicas, também temos muita aproximação da novafala nas comunicações pela internet;

6 - Pensamento-crime: A anulação total de todas as individualidades é uma das coisas mais impactantes da obra, pois o sujeito até mesmo de pensar ideologicamente tinha medo já que a Policia de Ideias era capaz de farejar longe qualquer inortodoxia. Não estamos longe disto, e mesmo àqueles no campo progressista possuem grande dificuldade de lidar com o contraditório, criando com isso grandes dificuldades a quem se levanta contra ideologias, sejam dominantes sejam minoritárias;

7 - Guerra é Paz: Talvez um conceito velho, mas que ainda não o superamos. Cada vez mais o mundo cria inimigos como forma de fortalecer seus poderes e ampliar o totalitarismo fascista que nos ameaça. Sejam Mexicanos, refugiados, público LGBT, minorias, judeus, enfim, se alastra pelo mundo pessoas que cada vez mais propagam a guerra infinita contra inimigos escolhidos, sendo que observamos atônitos e quase indefesos aos acontecimentos que 1984 busca nos alertar.

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