10 Livros famosos superestimados

Temos aqui no blog algumas listas com livros, muitas vezes desconhecidos, que curiosamente a despeito de suas qualidades, são subestimados. Hoje vamos fazer o contrário, afinal, há livros famosos que a galera exagera nas qualidades. Não que não as tenha, mas serão tudo isso, mesmo? No post de hoje selecionamos 10 de nossas leituras que consideramos obras um tanto superestimadas, confira:


1 - Harry Potter, de J. K. Rowling: De antemão, não tem nada a ver com as posturas da autora - que, claro, são defenestráveis. Partimos de nossa leitura para construir nossa opinião de que não, a saga do bruxo não é tudo isso. O livro reúne praticamente uma seita de adoradores e o fato de ter incentivado ao mundo da leitura, parece escamotear seus problemas e fragilidades. Aliás, é comum que os adoradores da seita não aceitem uma única crítica sequer ao livro. Mas, convenhamos, ter muitos leitores não é sinal nem de má, nem de boa qualidade de um livro. O fato é que consideramos Harry Potter superestimado diante seus problemas, um protagonista mimado e que mascara seus privilégios. Sem falar que para o tempo da publicação, a dicotomia ingênua entre bem e mal já deveria estar superada. O curioso é que os leitores e leitoras da série parecem não perceber os seus problemas e acabam encontrando virtudes demais num personagem com alguns problemas. Mas falo mais disso no vídeo abaixo;

2 - O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith: Um livro de suspense bastante cultuado, porém datado. Muitas das ações de Ripley em seu tem histórico não seriam possíveis, e ainda assim, tido como uma mente arguta e inteligentíssima, sob um crivo mais forte, suas ações muitas vezes soam inverossímeis. Não nos parece merecer o status que ocupa em seu gênero;

3 - A sombra do vento, de Carlos Ruiz Záfon: Exemplo de uma obra que não é ruim, pelo contrário, uma boa aventura, entretenimento. Porém, a obra foi ganhando certos contornos cults por seus leitores, em grande parte pelo fato de trabalhar o universo dos livros e das leituras, mas só isso segura o pretenso status de obra cult? O nome da rosa, por exemplo, muito superior nessa temática. Cremos que aqui temos um bom exemplo de obra superestimada, não é ruim, mas não dá pra colocar no patamar que muitos leitores e críticos a colocam;

4 - Máquinas Mortais, de Philip Reeve: Aqui corremos o risco de chamar uma obra de superestimada que nem é tão superestimada assim, mas ok. Não podemos negar que quando sua publicação houve frisson do steampunk, assim como a adaptação no cinema prometia. Mas um livro que para além das expectativas, não é muito mais que isso;

5 - A glória e todo seu cortejo de horrores, de Fernanda Torres: A atriz estreou na literatura e prosseguiu sempre com certo estardalhaço e afagos da crítica com obras bem estimadas e consideradas literárias, contudo, pelo menos no nosso caso, narrativas perecíveis. Consideramos perecíveis aquelas obras que não fixam nenhum lembrança em nossa memória, um personagem, uma cena. Foi o caso dessa leitura, por isso pensamos ser muito superestimada;

6 - Anjos e Demônios, de Dan Brown: Tudo de Dan Brown é superestimado, e nem estamos dizendo que a crítica o ache assim grandes bolachas do pacote. Mas ele sempre foi estimado, inclusive pelos que o atacam, tipo, bispos, padres, Roma. Só isso talvez chame atenção para além do que realmente são suas narrativas: sequência de uma mesma fórmula de aventura barata (ainda que pese que seus personagens, ao menos não são perecíveis);

7 - Iracema, de José de Alencar: Na real, Alencar sempre foi um porre, indivíduo de visão estreita. O status de leitura necessária, como esse romance, eclipsa o fato de que são narrativas chatas, mal-construídas, pedantes. E não tem nada a ver com o fato de serem antigas, assim o são os trabalhos de Álvares de Azevedo, este sim, um mago da pena;

8 - Cidade em chamas, de Garth Risk Hallberg: Outro caso que não estamos falando de coisa ruim, o problema foram suas pretensões. Pensa num tijolão, mais de mil páginas com a intenção de se tornar o grande romance norte-americano dos tempos presente. Talvez a criação exagerada de expecativa seja o fato de o colocar entre obras superestimadas;

9 - Assassinato no Expresso Oriente, de Agatha Christie: A despeito de ser a rainha do crime, a autora abusava das fórmulas. Não que digamos que não haja qualidade, que somos nós, mas os romances policiais de Poirot não sobrevivem a uma comparação detalhada com os Sherlock Holmes. Acreditamos que suas narrativas não estimadas um pouco além da simplicidade que são;

10 - Meia-noite e vinte, de Daniel Galera: Talvez aqui não seja o caso propriamente de ficarmos com a sensação de um livro superestimado, mas do autor. Ninguém pode dizer que somos leitores precários e ocasionais da literatura brasileira contemporânea, uma navegação pelo blog encontrará algumas centenas de resenhas de livros nacionais. Ocorre que chegamos a Daniel Galera com grande expectativa pela grande estima da crítica para com autor, contudo, nossa leitura desse romance não nos pareceu justificar tanto interesse da academia por suas obras diante tantos outros autores nacionais, alguns parcamente reconhecidos.

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