Na última década aqui no Listas Literárias acompanhamos e lemos um bom número de autores nacionais, sem falar naqueles que ainda não tivemos oportunidade de conhecer. E tem muita coisa boa por aí, nossa e como tem. Por isso esse post reconhece-se em sua subjetividade máxima, pois há boa dose de injustiça numa seleção assim. Entretanto, essa é a nossa lista, uma seleção com escritores contemporâneos da literatura brasileira que são indispensáveis em sua estante, confira:
1 - Lourenço Mutarelli: Vindo dos quadrinhos e estreando na literatura na década de 2000 não poderia estar ausente dessa lista, afinal, o autor tem sido objeto de minhas pesquisas e uma leitura carimbada em minhas pesquisas. Mutarelli é sui generis, algo exótico, pois celebrado por fãs, fãs estranhos às vezes, lembrando em pesquisas com suas teses e dissertações, sentimos falta de alguma premiação relevante ao autor, coisa que merece. Sua literatura hiper-dialógica e carregada de múltiplas semioses é uma das mais interessantes e talvez o projeto literário a ainda ser entendido por todos nós;
2 - Ana Paula Maia: Outra autora de sustância e projeto literário definido. Seu insólito tenebroso desnuda um país que até então estava escondido, erigido no signo da violência e na crueza da realidade e existência humana a um ponto de nos entregar um naturalismo potencializado ao máximo e carregado de sangue e vísceras;
3 - Jeferson Tenório: Conhecemos o autor pel'O avesso da pele. Que construção narrativa primorosa e que olhar interessante para os dramas nacionais. Carregado de crítica social mas sem cair ao panfletarismo, o autor é nome fundamental para entendermos as estruturas viciadas e preconceituosas deste país (sem falar em seus textos para os jornais que são um convite à reflexão);
4 - Sheyla Smanioto: A autora estreou na literatura vencendo o Sesc e com uma paulada de romance numa literatura engajada marcada pelo feminismo combativo, mas, mais uma vez, sem panfletos. A condição feminina e as condicionantes e processos a que o corpo feminino são expostos e a eles impostos é um dos olhares de Desesterro, certamente um dos melhores romances brasileiros da década;
5 - Eduardo Spohr: Embora o hit pareça amenizado e as obras posteriores sem o mesmo brilho ou impacto, para quem curte fantasia, A Batalha do Apocalipse é um marco no gênero no país com uma obra que não apenas vendeu muito, mas é muito gostosa de se ler. Spohr entende de criar mundos e isso não é pouca coisa, não. O fantástico e sua relevância aqui no blog não poderia deixar de colocar seu maior e melhor representante entre os autores contemporâneos;
6 - Paulo Scott: Outra voz potente nas discussões identitárias na literatura brasileira e feita de forma crítica e bem construída, caso de Marrom e Amarelo, obra que tem feito bastante sucesso não só no Brasil, mas mundo a fora;
7 - Carol Bensimon: A escritora gaúcha é outra voz sensível aos desígnios sociais e do conto ao romance entrega-nos obras que tocam nossa própria realidade, como Todos nós adorávamos caubóis, com sua trip existencialista e de encontro das protagonistas com suas respectivas identidades. Assim como Scott, entre os nomes da lista aqui no blog é uma das mais premiadas;
8 - Sandra Godinho: Nem sempre encontraremos as grandes obras de nossa literatura nos catálogos das grandes casas editoriais. Godinho aqui representa algo bem comum em nossa experiência aqui no blog, nos deparar com grandes obras que não estão no circuíto literário mais famoso. Com obras publicadas por pequenas ou médias casas editoriais, sua literatura, contudo, é grande, e Orelha lavada, infância roubada é um dos melhores livros brasileiros lidos aqui no blog;
9 - Raphael Montes: Autor curioso e de narradores um tanto incríveis, Montes alia mercado e crítica. Estou com Suicidas, com Dias Perfeitos solidificou leitores e fortuna crítica dando-lhe certa liberdade para em Jantar Secreto entrar com força no horror e suspense marcado por uma dose extrema de humor sombrio. Seus livros são geralmente devorados pelos leitores;
10 - Luiz Ruffato: Outro autor marcado pela capacidade de ler uma nação. O verão tardio pode ser exemplo dessa capacidade de perceber movimentos que alinham-se nas estruturas e principiam acontecimentos na metrópole imensa e habitada por personagens que nem sempre então em convergência.