Com grande espaço nas editoras e com sucesso nas livrarias, a literatura LGBTQIA+ vive nos últimos anos um grande boom. No post de hoje selecionamos as melhores leituras aqui do blog nessa - ou com essa - temática, confira:
1 - Todo dia, de David Levithan: O livro consegue de uma forma admirável falar de amor, e de o quanto este sentimento independe de gênero, já que se o pensamento define o indivíduo e quem ele é, o corpo nada mais é que uma casca habitada pelo que realmente importa. Nossos sentimentos. Nossa Alma;
2 - Todos nós adorávamos caubóis, de Carol Bensimon: A narrativa de Cora, mais que nos levar por estradas e caminhos, versa sobre suas expectativas e as expectativas dos outros para com ela. E muitas vezes (ou geralmente) esta não é uma tarefa fácil, assim como não é fácil sua postura, seu feminismo declarado, e até mesmo lidar com sua dupla sexualidade, que na verdade me parece única, pois afinal seus amores verdadeiros são de um único sexo. Seu próprio sexo;
3 - O "mau "exemplo de Cameron Post, de Emily M. Danforth: Não deixa de ser um livro de resistência aos que não aceitam ou não toleram a liberdade do "eu alheio". Com muita lucidez e equilíbrio o romance é capaz de desconstruir qualquer discurso apologista à "cura gay", de modo que é um convite e um chamado à razão dos intolerantes, mas que desconfio, nada leem, especialmente o que lhes contradiz;
4 - A lenda de Fausto, de Samila Lages: O livro faz uma releitura de Doutor Fausto para uma ótica Yaoi de uma maneira pra lá de quente e com muitas carícias explícitas;
5 - Will & Will, de John Green e David Levithan: É um livro muito gay, e isto além de estar em seu DNA o torna alegre, mas também vai muito além, exibindo um jogo dramático, personalidades em construção, vendendo valores como a amizade, e tudo reunido num mundo adolescente composto por personagens esmiuçados e fortemente construídos por seus autore;
6 - Eu te darei o sol, de Jandy Nelson: E não é apenas sobre sexualidade que o livro acaba discutindo. O debate vai muito além disso, pois na obra o que está em pauta é toda a complexidade dos relacionamentos humanos, a abnegação, o estupor da paixão, nossas regras pessoais de convívio, a forma como lemos nosso próprio mundo, a nossa capacidade tanto de acertar, quanto errar, de fazer a coisa certa, ou simplesmente botar os pés pela mão. Esse é um livro que apesar de aparentemente ser uma história simples, há muito para ser interpretado ou refletido;
7 - É assim que se perde a guerra do tempo, de Amal El-Mothar: Entre os efeitos, claro, aquilo que parece mover-nos também pelo espaço-tempo. O amor. A troca de mensagens entre duas estranhas e adversárias personalidades acaba gradualmente levando à empatia, e dessa ao amor. Um amor simbólico, de uma linguagem poética e carregada de um curioso erotismo desprovido de carga sexual. Está mais para algo transcendental, mágico, em determinado sentido. Ao passo que a troca de cartas avança, ambas tentam entender uma a outra, com isso, também o que fazem, o jogo incerto que disputam. Nessa guerra temporal o amor é um personagem que não se presta a coadjuvante;
8 - Os imortalistas, de Chloe Benjamin: Com personagens palpáveis e reais, mergulhamos nos dramas humanos, e nas virtudes e defeitos que engordam o signo humanidade. Envolvente, mas não menos triste, Os Imortalistas é uma fábula contemporânea que a partir do Gold destrincha a fragilidade dos laços e dos sentimentos e denuncia certo vazio tão presente, especialmente quando o que há nas sombras nos enrijecem mais do que a vontade de enfrentá-los. É um romance que toca feridas, mas que ao fim, não deixa de levar-nos a avaliações e reflexões em busca do equilíbrio para tudo aquilo que ainda não podemos compreender ou então aceita;
9 - Nós somos a cidade, de N. K. Jemisin: Trata-se de um livro contemporâneo e por isso com os desafios que o presente momento impõe ao mundo. Da ascensão fascista pelo mundo democrático e a guerra cultural travada entre progressistas e primitivos talibãs disfarçados de liberais capitalistas, mas que no fundo, arautos do regresso, a dificuldade de diálogo existente mesmo entre aqueles que aparentemente travam a batalha de um mesmo lado. Os avatares e personagens da obra emulam esta sociedade em que sua fragmentação e complexidade é tamanha que o diálogo parece-nos cada vez mais impossível;
10 -Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Benjamin Alire Sáenz: Conta a história de Aristóteles, um jovem de quinze anos solitário e introspectivo, revoltado com todos os segredos que o mantêm distante da verdade sobre sua própria vida.