Que ano, queridos, queridas e querides. Que ano. 2020 será destas datas míticas da passagem humana pelo azul planeta, quando cada um de nós vem enfrentando como pode esse cenário quase Mad Max (que os memes nos lembram, se passa em 2021). Nesse sentido pensei em compartilhar algumas experiências literárias durante este ano tão atípico, confira:
1 - Redução de leituras: Vi um monte de gente comentando que aproveitou a quarentena ou o período para ler, voltar a ler, etc. Sei não, desconfio que talvez isso não tenha funcionado tão bem com aqueles com hábitos regulares de leitura [ou quem sabe foi só comigo]. O fato é que minhas leituras e o próprio ânimo para ler em 2020 reduziu drasticamente. No meu caso, a pandemia e o 2020 parecem ter bloqueado minhas leituras;
2 - O virtual invadindo o tempo: Em parte a redução do volume de leituras pode estar relacionada às demandas do trabalho home-office. Professores que acessam o blog entendem o que digo, a virtualidade criou cobranças para além de qualquer carga horária. Mas não só isso, a profusão de eventos, reuniões e outras atividades on-line criaram concorrência para a leitura. Mas essa não uma explicação de causa única, até por que, no meu caso, nem nas finaleiras de uma graduação, o volume de leituuras reduziu;
3 - Cansaço mental: Se tem algo que atrapalha uma leitura é o cansaço mental. E 2020 não nos dá descanso. Além disso, no Brasil, nossas angústias são testadas diariamente por um governo que mais parece saído de um romance do realismo mágico latino-americano [o que faz todo sentido, claro]. A dupla Covid-19 e Bolsonaro é tiro e queda para testar os conscientes e lúcidos. E aí quando o povo da negação entre em campo, fica difícil ir para a leitura;
4 - A leitura não escapista: A leitura, bem sabemos, se presta a diferentes objetivos. Talvez essas questões sejam mais presentes naqueles que compartilham essa busca por uma leitura não escapista, como fuga de algo. Em alguns casos, penso, as pessoas bem podem ter aumentado a leitura, afinal, bem melhor dentro de um romance do que na Terra de 2020. Mas para leitores acostumados a procurar por pancada no estômago, a coisa complica;
5 - Aumento da rejeição pelos digitais: Não tem jeito, a pandemia acabou fortalecendo a distribuição de livros digitais. Os impressos sofreram um forte baque em 2020 (mais um), e os digitais aproveitaram o cenário. Nossa, quantas editoras ofertaram boas obras no Kindle. Baixei quase tudo que podia. Está tudo lá, apenas uma leitura ou duas feitas. Definitivamente sou um dinossauro-leitor. Viva o papel! Viva o papel! O papel é quentinho como os abraços que nos são impossibilitados agora.
6 - Até no Listas: Quem acompanha aqui o blog pode ter percebido que mesmo por aqui, a coisa às vezes fica um pouco mais devagar. Verdade, não somos desse olhar produtivista, são tempos anormais, e às vezes as publicações reduzem porque buscamos não esconder o quanto a situação é incômoda e por que não, amedrontadora, por vezes. Quem produz em cenários como este de 2020?
7 - Menos livro por casa: O carteiro esse ano trabalhou pouco no meu endereço. A chegada de livros, tanto os comprados quanto os de parceria ou enviados por autores reduziu em três casas percentuais, o que demonstra que é um ano que a leitura e seu universo, todo mundo a seu modo sofreu ao menos um pouco com essa disgrama de 2020.
Olá,
ResponderExcluirEsse ano realmente não foi fácil para ninguém, em nada. Compartilho alguns pontos, mas não sobre a regularidade de leitura. Já vinha com dificuldades desde algumas mudanças na minha vida, e com o período em casa, consegui me dedicar mais a ela, até como forma de distração. E isso é independente do gênero, até porque minhas escolhas sempre foram muito mais pelo meu humor, então as escolhas são sempre variadas.
Beijo!
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