Matrix foi um destes raros casos em que uma obra torna-se clássica imediatamente. Em março a produção, nossa, fez aniversário de 20 anos de lançamento, mas para nosso espanto segue muito pertinente. Relembrando este ícone do cinema e da cultura, no post de hoje selecionamos 10 livros que inspiraram e ou influenciaram Matrix. Confira:
1 - Simulacros e Simulação, de Jean Baudrillard: Quem assistiu Matrix bem sabe de toda a reunião filosófica e cultural presentes no filme. Entretanto, em alguns casos a citação e a referência estão explícitas, noutras cabe ao espectador, encontrá-las. Este livro encontra-se no primeiro grupo, tanto que praticamente todo o elenco teve de lê-lo. Além disso, a obra aparece visualmente numa espécie inclusive de piada com o livro de fundo falso onde Neo esconde seus "paranauês". Vale destacar que Baudrillard disse que interpretação do filme de sua obra apresenta equívocos;
2 - Alice No País das Maravilhas, de Lewis Carroll: "Siga o coelho branco, Neo" é visto na tela do computador, antes da visualização da tatuagem. Não apenas o caráter psicodélico do filme, mas em Matrix as referências a obra de Lewis surgem em diferentes dimensões da narrativa;
3 - Neuromancer, de William Gibson: Nunca foi dito claramente o quanto da obra de Gibson está em Matrix, mas é possível dizer que muitos conceitos da obra estão no filme, tanto nos aspectos de seu ciberespaço, a relação com a Inteligência Artificial, no filme já extremada, nos caracteres e em referências sutis como "Zion" o o nome da música trilha da perseguição na autoestrada em Reloaded, Monalisa Overdrive;
4 - Platão: Fonte também sempre citada como influência é o Mito da Caverna, de Platão, no filme por meio da alegoria das pílulas azul e vermelha. A passagem, aliás, é uma das que mais causou debates entre religiosos pelo caráter gnóstico da mensagem;
5 - Philip K. Dick: Há muita discussão sobre a influência de Dick no filme, inclusive por algum tempo circulou na internet um vídeo de 1977 em que o autor ao narrar uma experiência pessoal traz muitas semelhanças ao roteiro do filme. Independentemente desse debate, parece-me difícil não associarmos Dick ao filme, tenha havido intencionalidade ou não. Em determinado momento Neo questiona "o que é real?" pergunta que no filme e nos romances do autor ficará suspensa, quando não raro, estimulará nossas paranoias talvez não tão paranoicas;
6 - Sandman, de Neil Gaiman: A hq também já clássica de Gaiman e o reino dos sonhos é considerada uma das influências da obra, tanto que mudasse a escolha da pílula, Neo não teria vivido mais que um sonho. Morpheus seria uma citação explícita da influência;
7 - Crítica da Razão Pura, de Imannuel Kant: A referência da visão de Kant no filme é discutida quanto ao comportamento interacional dos indivíduos na Matrix;
8 - Fora de Controle, de Kevin Kelly: Principal defensor da tecnologia nos anos 90, esta obra de 1995 já sustentava que a rede de pessoas interconectadas produziria uma espécie de super-cérebro. O livro também foi uma das leituras necessárias ao elenco do filme;
9 - O Mágico de OZ, de L. Frank Baun: Há uma referência direta ao livro numa fala de Chypher para Neo. O livro seria uma das obras prediletas das irmãs Wachowski;
10 - Social Systems, and the Economic World,, de Dylan Evans: O livro discute psicologia evolutiva e também esteve entre as leituras para o elenco, mesmo antes da leitura do roteiro.
*Gosto de partilhar o quanto Chypher parece-se com uma versão masculina de Mildred, de Fahrenheit 451.
** Temos muitos posts sobre influências e referências de obras e o quão a produção cultural é coletiva. Matrix, claro, bebe em muitas fontes, e sempre bom lembrar, nada a ver com plágio - que é uma coisa descarada e visível. O filme, penso, é um bom exemplo prático da teoria de Bahktin sobre a polifonia.
10 - Social Systems, and the Economic World,, de Dylan Evans: O livro discute psicologia evolutiva e também esteve entre as leituras para o elenco, mesmo antes da leitura do roteiro.
*Gosto de partilhar o quanto Chypher parece-se com uma versão masculina de Mildred, de Fahrenheit 451.
** Temos muitos posts sobre influências e referências de obras e o quão a produção cultural é coletiva. Matrix, claro, bebe em muitas fontes, e sempre bom lembrar, nada a ver com plágio - que é uma coisa descarada e visível. O filme, penso, é um bom exemplo prático da teoria de Bahktin sobre a polifonia.
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