10 Considerações sobre Saga Brasileira, de Miriam Leitão... Ou como foi doloroso conquistarmos nossa moeda

1 – O livro é um resgate histórico indispensável em nossas estantes, para que os que precisem lembrar, que recordem, ou para os que não viveram àquela época saibam o quanto foi difícil conquistarmos nossa moeda, e sua estabilidade;

2 – Quem pensa ser um livro de economia, engana-se. É um livro sobre economia, e tratado de uma forma simples e de fácil compreensão. Aliás, a própria autora deixa bem claro no livro que todo brasileiro entende sobre economia, e que foram fundamentais nessa saga;

3 – Particularmente gostei das histórias de bastidores, já que o livro conta o “por trás da cortina” de cada plano econômico apresentado, e tenho certeza que você também ficará pasmo ao saber de como o futuro do país foi decidido em certas oportunidades;

4 – O livro além de economia, fala de política e jornalismo, e mostra um pouco da forma de trabalhar da jornalista Miriam Leitão, mesmo de forma que não tire o foco da narrativa;

5 – Relembrar a agressão e da intromissão do confisco do Plano Collor é fundamental, para que a população aprenda com seus próprios erros, e jamais corra o risco de colocar novamente figuras exóticas onde não se deve;

6 – No meu caso – na casa dos 30 – foi interessante forçar a memória, e enquanto lia tentar buscar lembranças daquele período. No meu caso ainda havia algumas reminiscências do Plano Cruzado, e depois do período hiperinflacionário, em que tínhamos de estocar como se estivéssemos numa guerra apocalíptica;

7 – Uma das passagens mais emocionantes, em um capítulo que fala sobre o Real, nos trás paralelos que me permitem dizer que 1994 foi o ano que marcou os brasileiros, quando conhecemos nossa moeda, perdemos um herói que nos anestesiava durante os anos difíceis, Airton Senna, e fomos Tetracampeões.

8 – Importante também a forma como Miriam mostra que o brasileiro uniu-se para fazer dar certo, e como que a cada plano o brasileiro foi formando essa exigência de moeda estável e inflação controlada;

9 – Apanhamos muito para chegar ao ponto que chegamos hoje. O mundo enfrentara novas crises, mas nós temos de sempre lembrar este passado, e mantermo-nos firmes em busca de novas conquistas, mas sempre cuidando com o indelével amor de mãe, que é nossa cria, nossa moeda;

10 – Por falar nisso, alguém poderia me dizer, se a Zélia presta consultoria?


3 Comentários

  1. eheheheh, gostei da decima consideração... acho até que, como no momento estou empolgado com o entendimento de economia, vou ler a biografia dela. Deve ter lições preciosas...

    Mas, falando sério, tenho 26 anos e lembro de pouquissimas coisas daquele momento. A mais antiga é de 1990, e é da sala de meus pais, vazia, preenchida pela tv e só. Lembro da copa de 90 em que muitos parentes foram a minha casa assistir aos jogos por aquela tv, de 14, e dos poucos carros que meus tios tinham: realmente eram carroças, já naquele tempo.

    Estou no meio da leitura do livro e um dia desses perguntei ao meu avô como era naquele tempo. Ele não soube me responder. Deu-me a impressão de que eu estava falando da infancia dele. Mas o livro está aí para evitar isso, como voce e a autora dizem. Então façamos nossa parte. Um grande abraço.

    Alexandre.

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  2. Anônimo, realmente o livro é um resgate histórico. Lembro um pouco daquele tempo, tinha uns 10 anos... foi uma época bem complicada...

    Aliás, uma coisa a se observar é que numa crise dessas a Alemanha criou o nazismo, nós... Fortalecemos a democracia... Viva o povo brasileiro...

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  3. Todos nós que nascemos nos difíceis anos 70 se lembra muito bem do que foi esse momento transicional do início dos anos 80 e os vários planos econômicos, lembro que todos fomos fiscais do Sarney; entendianos de inflação, overnith, congelamentos de preços e salários, ficamos na fila para comprar leite e carne, nos lembramos que a polícia federal foi intimada pra pegar boi no pasto, do compusório da gasolina, da indexação, do trabalhador ganhar um milhão de sua moeda, do confisco da poupança, dos cortes de zero nas moedas, da URV e do plano Real que em sua implantação foi estremamente cruel com o trabalhador, com o funcionalismo público, nas privatizações, da crise de 97 e 99, de reforma atabalhoada da previdência de 98. Vivemos os momentos mais dificeis que se possa imaginar, fomos heróis anonimos.

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