21 Livros lidos por Lula na prisão

Dias atrás falamos da polêmica envolvendo as leituras do ex-presidente Lula na prisão. Nesta semana saiu uma divulgação no site de Lula com os livros que ele teria lido no Paraná. Entrando exclusivamente no mérito das obras na lista, há bastante coisa interessante (além disso, a lista, parece-me, busca assim como "a carta ao povo brasileiro" enviar determinadas mensagens que cabem aos estudos das ciências políticas), confira:

1 - A Elite do Atraso - Da Escravidão à Lava Jato, de Jessé Souza: Numa época em que a questão das desigualdades racial e social estão, mais do que nunca, no centro de cena - dos grandes veículos de comunicação aos comentários nas redes sociais e até mesmo nas conversas das mesas de bar, onde todos parecem ter uma ideia muito bem definida do que é capaz de construir um país ideal -, o sociólogo Jessé Souza escancara o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão. Esse é o pilar de sustentação de nossa elite, A Elite do Atraso. Depois da polêmica aberta pela obra A Tolice da Inteligência Brasileira e da contundência exposta em A Radiografia do Golpe, o autor apresenta obra surpreendente, forte, inovadora e crítica na essência, com um texto aguerrido e acessível. A Elite do Atraso é um livro para ser apoiado, debatido ou questionado - mas será impossível reagir de maneira indiferente à leitura contundente de Jessé Souza a ideias difundidas na academia e na mídia.

2 - Homo Deus, de Yuval Noah Harari: Neste “Homo Deus”: uma breve história do amanhã, Yuval Noah Harari, autor do estrondoso bestseller Sapiens: uma breve história da humanidade, volta a combinar ciência, história e filosofia, desta vez para entender quem somos e descobrir para onde vamos. Sempre com um olhar no passado e nas nossas origens, Harari investiga o futuro da humanidade em busca de uma resposta tão difícil quanto essencial: depois de séculos de guerras, fome e pobreza, qual será nosso destino na Terra? A partir de uma visão absolutamente original de nossa história, ele combina pesquisas de ponta e os mais recentes avanços científicos à sua conhecida capacidade de observar o passado de uma maneira inteiramente nova. Assim, descobrir os próximos passos da evolução humana será também redescobrir quem fomos e quais caminhos tomamos para chegar até aqui.

3 - Laika, de Nick Abadzis: Em plena Guerra Fria, a União Soviética tomou a dianteira na corrida espacial ao colocar em órbita, em 1957, um satélite artificial que transportava o primeiro ser vivo a ir para o espaço: a cadelinha Laika. Nesta HQ roteirizada e ilustrada por Nick Abadzis, que foi vencedora do prêmio Eisner, o mais importante dos quadrinhos mundiais, a história dessa pequena heroína soviética é contada com o detalhamento e a delicadeza que ela merece, em uma mescla magistral de realidade e ficção.

4 - Os Beneditinos, de José Trajano: O narrador desta deliciosa trama não está em seus melhores dias. Perdeu o emprego de jornalista, vive só, no bairro da Mooca, e tem de cuidar da saúde, que não anda boa. A vida lhe reserva poucos momentos de felicidade: assistir às partidas do Juventus, o Moleque Travesso, que o faz se lembrar do América, seu time do coração. Tomar ocasionalmente uma cerveja com petiscos. E se dedicar às suas partidas de futebol de botão contra veteranos do bairro. Suas perspectivas mudam, no entanto, ao folhear uma revista na sala de espera de seu dentista e encontrar a manchete: “Será em Londres o 1º Mundial de walking futebol”. Futebol andando? Com a ajuda de seu filho, ele descobre mais sobre essa categoria, reservada aos que já passaram da flor da idade, em que não se pode, em momento nenhum da partida, tirar os dois pés do chão. É a chance que procurava para reunir seu antigo time do Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, e colocar os esportistas aposentados para treinar. Desta vez, os Beneditinos irão à desforra das derrotas sofridas para o Santo Inácio, tantas décadas atrás.

5 - O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez: Ainda muito jovem, o telegrafista, violinista e poeta Gabriel Elígio Garciá se apaixonou por Luiza Márquez, mas o romance enfrentou a oposição do pai da moça, coronel Nicolas, que tentou impedir o casamento enviando a filha ao interior numa viagem de um ano. Para manter seu amor, Gabriel montou, com a ajuda de amigos telegrafistas, uma rede de comunicação que alcançava Luiza onde ela estivesse. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida de 'O amor nos tempos do cólera', que acompanha a paixão do telegrafista, violinista e poeta Florentino Ariza por Fermina Daza.

6 - Vá, Coloque Um Vigia, de Harper Lee: A continuação de O sol é para todos, um dois maiores clássicos da literatura mundial Jean Louise Finch, mais conhecida como Scout, a heroína inesquecível de O sol é para todos, está de volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. Vinte anos se passaram. Estamos em meados dos anos 1950, no começo dos debates sobre segregação, e os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais. Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Jean Louise passa a ver sua família e amigos sob nova perspectiva e se espanta com inconsistências referentes à ética e a pensamentos nos âmbitos político, social e familiar.

7 - Feminismo Em Comum - Para Todas, Todes E Todos, de Márcia Tiburi: Podemos definir o feminismo como o desejo por democracia radical voltada à luta por direitos de todas, todes e todos que padecem sob injustiças sistematicamente armadas pelo patriarcado. Nesse processo de subjugação, incluem-se todos os seres cujo corpo é medido por seu valor de uso – corpos para o trabalho, a procriação, o cuidado e a manutenção da vida e a produção do prazer alheio –, que também compõem a ampla esfera do trabalho na qual está em jogo o que se faz para o outro por necessidade de sobrevivência. O que chamamos de patriarcado é um sistema profundamente enraizado na cultura e nas instituições, o qual o feminismo busca desconstruir. Ele tem por estrutura a crença em uma verdade absoluta, que sustenta a ideia de haver uma identidade natural, dois sexos considerados normais, a diferença entre os gêneros, a superioridade masculina, a inferioridade das mulheres e outros pensamentos que soam bem limitados, mas ainda são seguidos por muitos. Com este livro, Marcia Tiburi nos convida a repensar essas estruturas e a levar o feminismo muito a sério, para além de modismos e discursos prontos. Espera-se que, ao criticar e repensar o movimento, com linguagem acessível tanto a iniciantes quanto aos mais entendidos do assunto, Feminismo em comum seja capaz de melhorar nosso modo de ver e de inventar a vida.

8 - O Último Cabalista de Lisboa, de Richard Zimler: Romance histórico premiado que mescla suspense e mistério. Lisboa, Páscoa de 1506. A cidade está prestes a passar por um dos momentos mais tristes de sua história. Milhares de judeus, que já haviam sido convertidos à força ao catolicismo, são perseguidos por fanáticos religiosos que os acusam de atrair a seca e a peste que assolam Portugal, prenúncio de uma época de perseguição religiosa instaurada pela Inquisição. Reinava então D. Manuel I, o Venturoso, e os frades incitavam o povo à matança. Dois mil cristãos-novos foram vítimas de um massacre em Lisboa durante as comemorações da Páscoa de Abril de 1506. Os mistérios em torno deste evento verídico são explorados neste extraordinário romance histórico de Richard Zimler, que já recebeu diversos prêmios literários na Europa e nos Estados Unidos. “Em uma atmosfera densa e rica em detalhes, Zimler relata o pesadelo de ser judeu no tempo da Inquisição", avaliou o The Wall Street Journal.

9 - Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves: Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens;

10 - Dois Cigarros, de Flávio Gomes: “É fim de tarde. Você entra no carro sem dizer nada e pergunto: vamos? Você diz que sim com um gesto e me mostra o caminho. Depois de meia hora pergunto se você trouxe suas roupas e sua escova de dente. A escova, sim, me responde.” Assim, sem uma história pré-existente, um arquiteto solitário de quarenta e poucos anos e uma jovem misteriosa de grandes olhos verdes que nunca falava sobre o passado se encontram pela primeira vez para uma viagem sem destino. O acaso, que une e separa duas vidas, conduz os personagens do romance de estreia do jornalista Flavio Gomes numa jornada que passa pelo interior de Minas, pequenas cidades alemãs, São Paulo, Paris, Berlim, Amsterdam, Itacaré, Budapeste, Praga e Estrasburgo, sem que jamais um saiba o bastante do outro para imaginar um fim possível.

11 - Quem Manda No Mundo? de Noam Chomsky: O mais importante ativista intelectual do mundo oferece neste livro um aprofundado exame das mudanças do poder norte-americano, as ameaças à democracia e o futuro da ordem global. Meticulosamente documentado, “Quem manda no mundo? ” é um guia indispensável para entender a situação internacional atual. Com clareza e oferecendo diversos exemplos, Chomsky mostra como os Estados Unidos continuam sendo a voz mais forte, mesmo com a ascensão da Europa e da Ásia. O envolvimento americano com China e Cuba, as sanções contra o Irã, os conflitos no Iraque, Afeganistão e Israel/Palestina, a relação com a América Latina e África e o aquecimento global são alguns dos pontos discutidos no livro. Chomsky escreveu um posfácio sobre a eleição de Donald Trump, o referendo Brexit e a ascensão dos partidos ultranacionalistas de extrema direita na Europa. Sua conclusão é alarmante e preocupante sobre o futuro do mundo.

12 - A Poeira e a Estrada, de Maciel Melo: O livro, autobiográfico, intitulado 'A Poeira e a Estrada', remete a uma canção composta por Maciel Melo em homenagem a Walmar Belarmino (1961/1997). Maciel mescla histórias pessoais, poesias e causos, de forma solta e coloquial, romanceando a história de um caboclo sonhador, como ele mesmo se descreve. Jessier Quirino assina a orelha, os escritores Antonio Campos e Paulo Rocha escrevem, respectivamente, apresentação e prefácio. A obra ainda traz fotografias, a lista completa de sua discografia, e um glossário traduzindo certos termos do nordestinês, alguns só falados no sertão. "Fiquei com orgulho de ver mais um nordestino fazendo sucesso como escritor e sobretudo como músico" - Lula, em mensagem ao autor.

13 - Esquerda do Mundo, Uni-vos, de Boaventura de Sousa Santos: Quais são os possíveis rumos das esquerdas? Quais os caminhos para uma luta unificada internacional? Em seu novo livro, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos faz um panorama crítico do interregno pós-crise de 2008. O desmantelamento da democracia no Brasil, as dificuldades do processo de paz na Colômbia, a crise institucional no México, os desafios do Podemos espanhol, as novas facetas do imperialismo e a experiência portuguesa, que possibilitou o único governo de esquerda na Europa atual, são as conjunturas que o autor analisa a fim de oferecer elementos para o combate ao neoliberalismo e propostas para o futuro da esquerda mundial. Boaventura centra sua reflexão no cenário político e nas forças de esquerda de determinadas nações e, a partir disso, apresenta questões de fundo que se movem para escalas temporais de médio e longo prazos.

14 - A Melancia do Presidente, de Wellington Dias: Autor de outros livros, como “Macambira” (1995), “Maria Valei-me” (1984), “Novos Contos Piauienses” (1984), “Tiradas do Tio Sinhô” (2007), dentre outros, afirmou que não gosta de se auto intitular como escritor, mas como “escrevedor”. “Sou governador, mas também continuo um ser humano, então gosto do esporte, gosto da música, gosto da pesca, de escrever… Na região onde cresci, aprendi a ouvir os mais velhos contando causos, histórias de onça, de alma, de ‘trancoso’, como a gente dizia. Isso é um tipo de cultura que, se não tivermos cuidado, desaparece no tempo. A Melancia do Presidente traz 23 causos que ouvi tanto no Piauí como em outras regiões, Paraíba, Ceará e Pernambuco", relata o governardor do Piauí

15 - Belchior - Apenas Um Rapaz Latino-Americano, de Jotabê Medeiros:b Um livro revelador sobre uma figura fascinante da MPB que merece ser mais conhecida do público. Um artista às vezes enigmático, sempre refinado e imensamente popular. Caderno de imagens em cores. Discografia completa. A morte de Belchior, em abril de 2017, foi uma comoção nacional. Dez anos antes, o artista desaparecera. Foi a partir do mistério desse sumiço que Jotabê Medeiros deu início à pesquisa para um livro sobre o autor de clássicos como “Velha Roupa Colorida”, “Alucinação” e “Como nossos pais”. Realizou dezenas de entrevistas com parceiros musicais, amigos, familiares e produtores de seus discos. Apenas um rapaz latino-americano traz períodos pouco conhecidos da vida de Belchior, como os anos em que passou em um mosteiro, na adolescência. Foi ali que o artista travou seu primeiro contato com a literatura e a filosofia e habituou-se ao silêncio e à introspecção que seriam características marcantes até o fim da vida.

16 - O Voto do Brasileiro, de Alberto Carlos Almeida: Um guia didático e revelador em edição bilíngue sobre o processo eleitoral brasileiro, as carências e desigualdades do país e o que as urnas nos reservam. A partir da análise de mapas comparativos inéditos sobre o comportamento eleitoral do brasileiro nos últimos 12 anos, o cientista político Alberto Carlos Almeida destrincha as últimas três eleições presidenciais no Brasil e projeta um possível cenário para as eleições presidenciais de 2018. Do ponto de vista do comportamento eleitoral, as eleições presidenciais brasileiras são bem estruturadas e previsíveis, e em nada devem às eleições nacionais dos países que consideramos exemplo de desenvolvimento. Ao final destas páginas, o leitor certamente vai chegar a uma conclusão sobre as eleições deste ano; mas o livro não se esgota aí. O que tem de melhor é o retrato que faz do Brasil e o olhar que projeta para além das urnas, o que o torna leitura obrigatória a todos que se interessam por política.

17 - O Sol na Cabeça, de Geovani Martins: Nos treze contos de O sol na cabeça, deparamos com a infância e a adolescência de moradores de favelas – o prazer dos banhos de mar, das brincadeiras de rua, das paqueras e dos baseados –, moduladas pela violência e pela discriminação racial. Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades inerentes à idade somase a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI. Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul. Em “A história do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a mira dos fuzis dos traficantes locais.

18 - O Último Judeu - Uma História de Terror na Inquisição, de Noah Gordon: O último judeu tem como pano de fundo os horrores da Inquisição, Noah Gordon conta a história de Yonah Helkias Toledano, o último judeu da Espanha no final do século XV. O édito real expulsando seu povo da região é o ponto de partida para o caminho errante desse menino de apenas treze anos, que ficou sozinho, após presenciar o assassinato de sua família e a fuga de sua gente, única opção de sobrevivência ao negar a conversão, imposta pelo decreto. Determinado a manter as tradições de família, Yonah Toledano inicia sua verdadeira epopeia pelas inóspitas regiões da Espanha daquela época, apenas com a fé em Deus e, no início, acompanhado de um burro esperto, chamado secretamente de Moisés. Com a vida sempre por um fio, o último judeu muda de nome, trabalha na terra como peão, num calabouço como servente, será médico, cirurgião e tradutor, entre outras funções. Adquire experiência e consegue manter-se vivo e não-convertido, sonhando em ver seus filhos terem idade suficiente para transmitir-lhes as crenças que preservara dentro de si, levá-los aos lugares secretos, acender velas do shabat e entoar preces. A narrativa é uma envolvente aventura, principalmente porque Gordon a recheia de descrições detalhadas dos perigos que rondam Yonah.

19 - Thomas Piketty e o Segredo Dos Ricos, de  Dowbor,Ladislau / Piketty / Bava,Silvio Caccia: A publicação dos estudos do francês Thomas Piketty a respeito da desigualdade social e da crescente concentração de riqueza ganharam as manchetes de jornais do mundo inteiro. E catalisou um debate que já estava em andamento as respeito dos efeitos disso na economia, no meio ambiente e no próprio exercício da democracia. Este livro, organizado pelo Le Monde Diplomatique Brasil, é uma apresentação desse debate, com textos do próprio Piketty e diversos outros dos principais pensadores sociais de nosso tempo. Entre eles Samuel Pinheiro Guimarães, Ladislau Dowbor, Russell Jacoby, Kostas Vergopoulos e Luiz Gonzaga Belluzzo.

20 - Ressurreição, de Leon Tolstoi: Ressurreição, de 1899, o último livro publicado em vida por Liev Tolstoi (1828-1910), completa o trio de seus grandes romances ao lado de Anna Kariênina e Guerra e paz. A primeira tradução brasileira direta do original russo, feita por Rubens Figueiredo, chega às estantes no ano do centenário da morte do autor. A apresentação do tradutor traz detalhes do contexto em que a obra mais polêmica do mestre russo foi criada e, ao lado do texto de quarta capa do cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, atualiza sua dimensão literária e social.

21 - Vida - 4 Biografias, de Paulo Leminski: Sob o olhar poético e apaixonado de um mesmo admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaria: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

1 Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem