10 Considerações sobre Diga aos Lobos que Estou em Casa, ou como belas histórias podem te emocionar

O Blog Listas Literárias leu Diga aos Lobos que Estou em Casa, de Carol Rifka, publicado pela editora Novo Conceito. Neste post as 10 considerações sobre o livro:

1 - Diga Aos Lobos que Estou em Casa, é uma leitura inteligente e cativante que reúne todos os elementos que fazem da literatura algo indispensável ao ser humano;

2 - São diversos os elogios que cabem a este livro, no qual Carol Rifka Brunt nos apresenta uma trama comovente em que personagens muito bem elaborados desfilam por uma narrativa em alta literatura propiciando ao leitor o máximo envolvimento com a obra que intimamente discute questões essencialmente humanas através de um recorte de tempo e acontecimentos que mudam e forma drasticamente a personalidade de sua narradora, June Elbus;

3 - Ambientado no final dos anos oitenta, o livro tem como pano de fundo o impacto da AIDS na sociedade, algo que hoje nos parece tão distante. Por isso o livro de Rifka, mas do que falar sobre a doença em si, acaba tratando de como as pessoas lidam como o medo e a própria morte. Isto está presente em toda a narrativa de June que resgata um período sombrio e cheio de incertezas, bem como também como as pessoas estavam lidando com algo tão mortal e temido;

4 - Mais do que o relacionamento familiar, especialmente entre as irmãs Gerta e June, a narrativa acaba de fato versando sobre expectativas e desejos, bem como o quanto o ponto de vista pessoal pode nublar os medos e os anseios "do outro" fazendo com que nos cegamos para pedidos de ajuda, ou então realizarmos uma leitura distorcida de como as coisas são. Acho que isto é uma das coisas bem presente na narrativa cheia de incertezas da jovem June;

5 - Tudo isso porque June está justamente num momento de transição, entre a adolescência e a juventude mais adulta, e isso justifica todas suas ações, todas elas ainda impactadas pela presença-não-presença de seu tio Finn, o relacionamento com a irmã, e acima disso tudo a necessidade de descobrir-se a si mesma;

6 - Aliás, este é um livro interessante em que mesmo não estando presente, a onipresença de Finn é o fio que conduzirá June em sua narrativa;

7 - Se preciso fazer um parenteses a este livro, não diz respeito a obra em si, mas sim pequenas falhas e gralhas que sobreviveram à revisão. Em alguns casos, mais do que problemas digitação, alguns erros saltaram de forma gritante, incapaz de o leitor não percebe-los. Bem verdade que não são muitos, porém um pouco acima do desejado;















8 - Voltando ao livro e suas coisas boas, se vocês são do tipo de leitores que se emocionam com os livros, Diga aos Lobos que Estou em Casa é uma destas obras capazes de lhe fazer prender a respiração enquanto lê passagens extremamente emocionantes e dramáticas;

9 - De certa forma o livro fala sobre paralisia e movimento. Se por um lado temos June e sua mãe que tendem a paralisar diante dos problemas e da própria vida, por outro Finn e Greta representam aquilo que tudo pode ser feito. E este é um jogo interessante, além do mascaramento narrativo que busca dar uma aparência de simplicidade a uma trama complexa e carregada de reflexão e questionamentos;

10 - Enfim, Diga Aos Lobos que Estou em Casa é literatura em alto nível capaz de propiciar ao leitor uma vibrante e enriquecedora experiência;

Ps.: Alguém mais aí também achou esse título fantástico?


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