No post de hoje nos dedicamos a tratar de algo muito comum, as diferenças entre as adaptações e os filmes, post que vocês sempre gostam. Na análise de hoje falamos das diferenças entre o livro e o filme: O Senhor dos Anéis - A sociedade do anel, confira:
1 - Tom Bombadil, balalão, entra no filme não: Um dos personagens mais emblemáticos - e misteriosos - dos livros é, de modo geral, sempre lembrado pela sua ausência no filme. Tom não aparece no filme, mas o senhor da Floresta Velha, todo enigmático e muito, muito antigo, é nos livros figura não só interessante, mas de certo modo indispensável à aprendizagem de Frodo. O personagem surge quando os hobbits estão prestes a morrer na Floresta Velha nas mãos de um Velho Salgueiro. Conhecedor dos atalhos e das matas, Tom é uma figura que carrega certas ambiguidades, mais que isso, a despeito de sua aparência (ainda que velha) infantil e auroreal, umas mescla de ingenuidade e sabedoria, deixa-nos curiosos quanto à sua real situação e ainda sua relação com Fruta d'Ouro. No livro, não fosse Bombadil, a aventura do anel teria acabado antes mesmo de começar. Além disso, Bombadil, na despedida, presenteia os hobbits com presentes importantes (punhais);
2 - A partida de Frodo: Temos que considerar aqui que as exigências são diferentes, ainda que isso seja óbvio dizer, cinema é uma coisa, literatura é outra, e tudo isso é muito bom que seja assim. Um dos exemplos de tal diferença é a partida de Frodo do Condado. No filme (e olha que falamos de um filme de 3h) tal questão precisa ser agilizada e a sensação é de atos que se precipitam, a festa de Bilbo, a questão do anel e a necessidade de sair do Condado, tudo isso é trazido com a sensação de que ocorrem uma atrás da outra, contudo, no livro a coisa toda é mais distinta. Há toda uma preparação de Frodo ( e seu grupo) na consolidação de sua partida do Condado e isso, como diferente da sensação do filme, dá-se em anos que se passam entre a festa de Bilbo, a herança de Frodo e sua efetiva partida, planejada em muitos planos, inclusive com a venda do Bolsão aos Sacola-Bolseiro e a compra de uma nova propriedade a Frodo na terra dos Buques. Aliás, toda a mudança das coisas de Frodo consome um bom tempo. Nesses anos que se passam, há, inclusive as reticências de Frodo quanto à real necessidade de partir;
3 - A pequena conspiração: Vários elementos relacionados à partida de Frodo e seu grupos de Hobbits surgem bem diferentes no filme em relação aos livros, como a ausência da "pequena" conspiração a que chamam Merry e Pippin. Se no filme os dois hobbits surgem como meio que perdidos e desconhecedores da história de Frodo e do anel, nos livros, os dois bisbilhoteiros a sabem desde o princípio, junto a Sam, inclusive, que lhes era espião. Na verdade, os dois participam dos preparativos de Frodo da sua fuga do Condado e são responsáveis pelos mantimentos e por organizar os burrinhos de melhor qualidade que carregarão esses mantimentos na viagem. Enfim, no livro temos uma partida bem mais organizada e planejada, tal qual uma expedição. Na pequena conspiração, ainda, presente e com certa importância, mas sumido dos filmes, o hobbit Fofo Bolger que fica na nova casa de Frodo como se este fosse, para não alardear sua partida;
4 - A idade de Frodo: Se tem algo que no filme não está muito presente, mas que no livro é citado textualmente e não deixa de nos provocar algum estranhamento é a idade de Frodo. Tudo bem que o tempo é o tempo e que hobbits sejam hobbits e homens sejam homens, contudo, pensar em Frodo como um cinquentão, é algo que depois do filme sempre fica estranho em virtude de certa jovialidade dos protagonistas. Quando Frodo parte na saga do anel ele tem cinquenta anos de idade, a mesma com que Bilbo parte para sua aventura;
5 - Encontro com Gildor e Brandevin: Outras duas passagens bem distintas entre o livro e o filme se dão ainda na ida de Frodo de Bolsão à sua nova casa. Na floresta o encontro com os elfos é mais que apenas vê-los partindo, já que os hobbits repousam com os elfos liderados por Gildor que trava importante conversa com Frodo. A travessia do rio Brandevin é outra um tanto distinta já que a perseguição na balsa no filme é um tanto mais tensa no filme que no livro;
6 - Nas Colinas-Dos-Túmulos: Eis outro lugar retirado da adaptação cinematográfica, mas bastante relevante para o livro. São três capítulos dedicados à presença dos hobbits nas terras por onde Tom Bombadil anda. O primeiro encontro, depois a presença na casa de Tom Bombadil que ele partilha com a senhora dos rios, a belíssima Fruta d'Ouro, e o capítulo que saem de sua área, mas que mais uma vez terão de ser salvos por Bombadil ao ficarem aprisionados em túmulos por velhos fantasmas das colinas. Essa passagem é importante porque ali teremos talvez a primeira grande tentação de Frodo e uma proximidade dele muito forte e perigosa com os poderes sombrios. Sua resistência ali e o salvamento por Tom são relevantes para a sequência da aventura;
7 - Falando em ausência: Vamos acrescentar outro personagem bem legal da jornada dos hobbits com Bombadil. Trata-se do inteligente e perspicaz burrico Parrudinho, que se integrará a tropa e se mostrará importante no guiar dos aventureiros até os eventos de Bri. Parrudinho é uma criatura passageira, mas que deixa sua marca;
8 - A questão feminina: Uma diferença enorme entre filme e livro é que talvez Jackson equilibre (não que essa seja uma palavra totalmente apropriada) a distância de Tolkien com o gênero feminino, no máximo referências ou presenças emblemáticas, mas não totalmente esclarecidas, como Fruta d'Ouro. Ocorre que como brincamos acerca de O hobbit, maios fantasia da broderagem, as aventuras de Tolkien tem um quê de broderagem como se o feminino não participasse de jornadas aventurosas. No filme há pequenas mudanças, quanto a isso, como a entrada de Arwen na jornada ou mesmo como a presença de personagens como Rosie, por quem Sam nutre paixão e inexiste no livro;
9 - Travessia do Vau: E a escolha distinta entre filme e livro no que se refere a aspectos femininos está uma passagem marcante, a travessia do Vau de Bruinen. No filme se dá esse destaque a Arwen que surge já próximo da aventura, enquanto no livro caberá ao elfo Glorfindel auxiliar a travessia de Frodo, então ferido mortalmente por um dos Cavaleiros Negros que os perseguem. Aliás, essa fuga carrega muitas distinções entre livro e filme, tanto dos dias que se percorrem e o quanto Frodo aguenta até quase sucumbir às forças de Mordor;
10 - O conselho de Elrond: Outro momento relevante em ambos é o Conselho de Elrond e que se mostram bem distintos. Se no livro o conselho é sucinto e com poucos participantes, no livro, a assembleia é um tanto quanto maior e com a presença de personagens que não surgem no filme, como Gloin, pai de Gimli. Os discursos no livro são arrastados e tomam um grande tempo resgatando as questões do anel, sendo que o próprio Bilbo terá assento e voz no Conselho. Não deixa de ser um tanto tedioso o Conselho. No livro, Bilbo inclusive, manifesta certa intenção de responsabilidade por dar fim ao anel. Contudo, ambos terminam do mesmo jeito, com Frodo se apresentando à missão.