No post de hoje realizamos uma seleção com obras que por alguma razão ou outra elementos relevantes de sua narrativa acabam perdendo sentido tendo em vista as tecnologias contemporâneas. Confira 10 livros que são impactados pelas tecnologias de hoje:
1 - Dom casmurro, de Machado de Assis: O livro todo gira em torno da narrativa de suspeição de Bentinho quanto à fidelidade de Capitu e mais que isso, a dúvida atroz de que seu filho não passa de um bastardo. Hoje em dia a escrita de algo com esse nó é impossível visto que a narrativa se resolve no primeiro teste de DNA ou voucher para o Programa do Ratinho;
2 - O silêncio dos inocentes, de Thomas Harris: O livro não é assim muito antigo, mas nossas tecnologias avançam muito e muito rápido, de modo que mesmo um livro com menos de 50 anos pode sofrer o impacto das novas tecnologias. No caso desse livro boa parte do suspense está montado nas dificuldades de comunicação entre a agente em campo e com o resto da equipe. Em suma em tempos de telefones celulares o suspense e perigos por quais passa Starling em sua captura de Buffalo Bill não ocorreria em tempos atuais;
3 - Assassinato no Expresso Oriente, de Agatha Christie: A literatura policial certamente é aquela que talvez mais sofra com avanços tecnológicos já que eles afetam tanto a investigação como todos os contextos em que estão suas personagens. Nos dias de hoje, por exemplo, seria bem difícil um assassinato misterioso num trem já que geralmente todos os transportes urbanos têm sido monitorados por câmeras de vídeo;
4 - Moby Dick, de Herman Melville: Se a história se passasse nos dias de hoje, o capitão Ahab poderia facilmente rastrear a baleia branca com tecnologia de satélite e drones bastando um dardo com microchip o que acabaria tornando sua busca menos emocionante e perigosa e além disso, num livro bem mais curtinho, possivelmente;
5 -Anna Kariênina, de Tolstói: Uma narrativa inteira com centenas de páginas erigida a partir da desconfiança da infidelidade de Ana. Nos dias de hoje a narrativa se resumiria a um detetive com o uso de aparelhos de vigilância e até mesmo aquele gps malandro no celular que pimba, ó ela juntinha de Vronski;
6 - O cheiro do ralo, de Lourenço Mutarelli: Ainda que resistam alguns antiquários, o advento da internet fez com que esse tipo de comércio ocorra prioritariamente na internet, o que dificultaria as devassidões - ou não - do homem sem nome, que não seria tão prejudicado graças à compra. Todavia, esse protagonista talvez se desse "bem" na internet com suas imoralidades;
7 - O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte: O livro apresenta a história de amor trágica entre Catherine Earnshaw e Heathcliff em uma propriedade rural da Inglaterra do século XIX. Se a história fosse escrita hoje em dia, a tecnologia de comunicação instantânea poderia ajudar Catherine e Heathcliff a se comunicarem de maneira mais fácil e rápida, evitando assim muitos dos problemas que ocorrem na trama;
8 - Pelos olhos de Maisie, de Henri James: Não que narrativas de alienação parental sejam impossíveis hoje em dia, porém a tecnologia jurídica contemporânea de hoje nos entrega caminhos para que a criança não seja quase que partida ao meio como ocorre na narrativa;
9 - O espião que sabia demais, de John Le Carré: Uma das tecnologias que pode ter ficado ultrapassada em relação ao livro é a tecnologia de espionagem eletrônica, que se desenvolveu rapidamente nos anos seguintes. O livro descreve técnicas de espionagem bastante manuais, como a interceptação de mensagens telefônicas e a análise de documentos de papel. No entanto, desde a publicação do livro, a tecnologia avançou significativamente, e agora há muitas técnicas mais avançadas de espionagem eletrônica, como a interceptação de mensagens digitais e o monitoramento de redes sociais;
10 - A carta roubada, de Edgar Allan Poe: Quem manda cartas hoje em dia, de modo que toda literatura missiva tende a cair em desuso.No conto de Dupin, o roubo da carta é realizado manualmente, sem o uso de tecnologia. Além disso, a comunicação entre os personagens é realizada principalmente por meio de cartas e mensageiros, e a informação é guardada em documentos físicos. Esses métodos são considerados bastante arcaicos pelos padrões atuais de comunicação e tecnologia de segurança de informação.