10 razões porque o cu é um dos principais símbolos da literatura de Lourenço Mutarelli

 Em 2022 defendi minha dissertação de mestrado pesquisando o escritor Lourenço Mutarelli. O buraco e sua metáfora do vazio um dos principais símbolos em suas narrativas. E um buraco que em seu trabalho é demarcado pela presença constante do cu, cientificamente, o ânus. O cu, para Mutarelli tal como para a cultura popular brasileira, um elemento estruturante de sua ficção. Nesse post compartilhamos momentos de destaque desta parte anatômica dos seres humanos na literatura de Mutarelli:

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“Penso na bunda. Rosebud. Se eu morresse agora como Welles, ninguém encontraria meu Rosebud. Se aquela bunda estivesse comigo agora, eu ia brincar tanto com ela. Eu brincaria com ela como um garoto brinca com seu Rosebud” (MUTARELLI, 2011, p.20)

[03]

“ – Eu vou dar, mas só a bunda (...) Ali se forjou a impressão de todas as mulheres em George” (MUTARELLI, 2018, p.41)

[04]

Porque na Idade Média o cu representava o inferno. É isso. Eu sei que é. E o ralo é o cu do mundo. (MUTARELLI, L., 2011)

[05]

Mi culo es del tamaño de um cenicero y mi coño es del tamaño de uma cesta de picnic. (MUTARELLI, L., 2015)

[06]

“esse ralo a quem eu mesmo dei vida. Esse ralo é para onde projetei o escuro que sou [...] O ralo e a bunda, dois extremos. Dois buracos extremos. Um leva ao interno do ser, outro ao interno do mundo” (MUTARELLI, 2011, p.170)

[07]

“Esta bunda que tanto sonhei. Agora está aqui ao meu lado. Nua. Liberta. Mas não sabe o que faz. Imagino poder ver esta cena do alto, este retrato patético, do patético dessa nossa miserável condição” (MUTARELLI, 2011, p.172)

[08]

“e, assim, mais uma coisa a bunda se torna. Como tudo, como as coisas que tranco na sala ao lado” (MUTARELLI, 2011, p.173).

[09]

“Ela deveria ser diferente [...] não era para acontecer dessa forma. Ela devia ser mais acanhada, mais coitadinha. Aí eu pagava. Aí ela mostrava a bunda meio contrariada [...] eu tinha o poder e estava no comando. Ela está quebrando as regras” (MUTARELLI, 2011, p.51)

[10]

“eu tenho muito a dizer. Daria um livro [...] o livro da bunda imensa [...] ia ser um romance. Um romance de amor. Ode ao cu” (MUTARELLI, 2011, p.138)

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