10 Maiores nomes da literatura brasileira de todos os tempos

Bem, a despeito das polêmicas, lembremos, todas as listas são perenes. Mal vivem no hoje, quiçá, amanhã. Além disso carregam boa dose de subjetividade e enganos. Também defeitos. Injustiças. Ainda assim as fazemos. Na lista de hoje tentamos selecionar aqueles 10 autores sem os quais não haveria literatura brasileira. Diferente motivos somados estabelecem a lista, em grande parte adentrando consensos. Nesse sentido essa lista parece-me ainda injusta com o feminino, reconhecemos. Assim como reconhecemos que esse é o fator que na frente mudará em breve com o aumento dos estudos e discussões acadêmicas e ampliação de leitores, caso da obra, por exemplo, Maria Firmina dos Reis. Na literatura contemporânea temos também uma presença impactante de novas autoras como Elvira Vigna, Maria Valéria Rezende, Sheyla Smanioto, Ana Paula Maia, entre outras, o que logo equilibrará esta balança. Confira, agora a lista:

1 - Guimarães Rosa: A luta entre Machado e Rosa é árdua, mas parece-nos que Guimarães além de sua literatura consistente, seu projeto tão bem posto quanto de Machado é capaz de alcançar discussões humanas que às vezes ficam escamoteadas no retrato de uma época de Machado. A obra de Guimarães adentra com profundidade a alma humana em toda a sua complexidade e em seus anseios, tornando-o universal. Além disso há toda a riqueza lírica e linguística de um autor que dá voz a um Brasil mais amplo que o de Machado;

2 - Machado de Assis: Ainda celebrado como maior autor brasileiro de todos os tempos pela maioria da crítica. Versátil e prolífico sua obra está intimamente ligada à nossa identidade nacional. Ao aparentemente retratar os comportamentos sociais contraditórios sem crítica, a faz justamente ao expor nossas mazelas. Sua obra para além da popularidade alcançada é registro no DNA do povo brasileiro;

3 - Clarice Lispector: Carregada com a força da subjetividade a autora é destes consensos. Sua obra de força e vigor adentra os meios eruditos e também os populares. E não só pelos aspectos do feminino em sua narrativa, mas pela condição humana das mulheres em sociedades ainda patriarcais, os dramas, dilemas, angústias não das pequenas coisas, mas nas grandezas insoldáveis das almas humanas refletidas em obras de grande profundeza psicológica;

4 - Jorge Amado: Talvez o mais bem sucedido caso de escritor capaz de alcançar as massas e as academias. Sua obra é brasilidade em estado puro, em suas contradições, violências e paixões. É talvez o mais reconhecido depois de Machado para fora de nossas fronteiras e toda sua literatura ainda é lida hoje com grande impacto e relevância. Jorge Amado é literatura que alcança se não a totalidade a grande maioria dos brasileiros e brasileiras;

5 - José de Alencar: Tudo bem, a obra dele é uma porcaria carregada de idealizações e ufanismo nacionalista da pior estirpe. Mas não tem como deixá-lo de fora. Sua obra a despeito da qualidade e alicerce de toda uma literatura e para o bem e para o mal seguimos tendo de ler Alencar e seu romantismo verde-amarelo talvez menos ameaçador que o verde-amarelismo atual;

6 - Carlos Drummond de Andrade: E agora, José? pois é, na poesia não há outro nome que alcance a todos. Dificilmente um brasileiro não terá se deparado ao menos uma vez com os poemas de Drummond. Um poesia com viço e liberdade das almas que clamam por entender ou compreender o mundo. É certamente nosso maior poeta;

7 - Monteiro Lobato: Outro nome sempre discutível e discutido. Mas aqui nos centramos na literatura e nos legados deixados e Lobato além de estabelecer e firmar toda nossa literatura infantil e juvenil é nome essencial na construção de um imaginário nacional. Vale dizer ainda que suas obras em narrativas adultas como os contos não são menos importantes, e, ainda, toda sua contribuição para o mercado editorial e a distribuição dos livros;

8 - Graciliano Ramos: Talvez entre tantos regionalistas nome dos mais fortes ao lado de Amado. Sua obra é também condição essencial para compreensão do país de modo que Vida Secas assim como Grande Sertão: Veredas e Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas estejam entre as leituras indispensáveis de todo brasileiro;

9 - Lima Barreto: Esse é um caso que demonstra como o cânone é fluído. Sempre foi leitura pelos brasileiros, mas recentemente sua importância ampliou-se com novos estudos e novas discussões sobre sua obra e o que ampliou também os leitores de sua literatura. Estes movimentos hoje fazem com que tenha se tornado leitura indispensável para debater as desigualdades de nossa nação. Sem falar dos muitos que comparam e contrastam o engajamento de Barreto com Machado de Assis;

10 - Lygia Fagundes Telles: Aqui nome que se popularizará ainda mais nos próximos anos. A autora está entre as principais contistas do país e suas narrativas de identidade única marcadas pelo atravessamento muitas vezes de um realismo mágico acabam mexendo em muitas das feridas nacionais;

1 Comentários

  1. Listas são perenes quanto pessoais.
    1. Machado no topo, sempre;
    2. Josué Montello substituindo Jorge Amado (que aliás, prefiro Zélia).
    Abç

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