10 Livros subestimados, mas com interessantes qualidades literárias

Sabe aquelas leituras que vez ou outra alguém torce o nariz? Ou então, às vezes nem se conhece. Bem, defendemos sempre que o leitor deve estar aberto a todas as possibilidades, variar leituras, enfim, acima de tudo adentrar a cada leitura disposto ao novo e a reconhecer possíveis qualidade. Essa é a nossa forma, pelo menos, de encarar nossas leituras. Por isso, às vezes surpreende que algumas obras podem ser subestimada quanto a suas qualidades literárias. Por isso elaboramos esta lista com 10 livros subestimados, mas com interessantes qualidades literárias, confira:

1 - Homem, mulheres e filhos, de Chad Kultgen: Acho que a situação do livro ainda piora com o fato de ter virado um filme com Adam Sandler [não assisti] que somada a a fato de não ser muito conhecido impede a muitos leitores de conhecer uma obra com uma das reflexões mais cruas da sexualidade e das relações no contexto da sociedade americana contemporânea. O modo com que discute e apresenta o tema é bastante visceral, do mesmo modo que joga luzes sobre sociedades que não conseguem conviver com a sexualidade e com os relacionamentos;

2 - O assassino do zodíaco, de Sam Wilsom: Uma curiosa convergência entre distopias e literatura policial cuja grande metáfora de sua fantasia vai discutir os aparthaids sociais. Uma obra de personagens curiosos, contraditórios e bem desenvolvidos aliados a uma trama com forte crítica social;

3 - Nada além da verdade, de Alex Gilvarry:  Embora com certo impacto na crítica, trata-se de um romance, no caso do Brasil, pelo menos, de pouco alcance. Entretanto é uma narrativa exemplar destes tempos malucos em que o autoritarismo e figura certa, inclusive em democracias tidas como exemplares, como o caso da americana. É ainda ótimo romance para ler as consequências num mundo pós 11 de setembro;

4 - A garota corvo, de Erik Axl Sund: Sabe-se da excelência dos romances policiais nórdicos, é o caso desse. Todavia, não é uma obra muito conhecida ou que tenha alcançado números grandiosos como em geral na literatura do gênero. Entretanto, é uma impactante narrativa cujos crimes apontam para um grave e global problema;

5 - Todo dia, de David Levithan: Não sei se as sequências estragaram ou não a narrativa, preferi não lê-las porque em princípio creio que empobreçam a virtude literária do romance: a abertura para a reflexão e a capacidade de não cair em soluções fáceis ou clichês. Uma obra interessantíssima para se discutir diversidade e tolerância;

6 - Jonathan Strange & Mr. Norrell, de Suzanna Clarke: É curioso como dificilmente encontraremos esta obra em listas com as principais fantasias, entretanto, por sua qualidade e complexidade narrativas, talvez não seja exagero dizer que esteja tão logo abaixo de Tolkien, Martin e Lewis. É uma das mais fantásticas e imaginativas obras no gênero, sem falar dos toques de picardia que embebem suas personagens e as suas diferentes camadas narrativas;

7 - Eu te darei o sol, de Jandy Nelson: Temos visto recentemente muitas publicações discutindo as pautas LGBT. Umas mais panfletárias que outras. Essa consegue um interessante equilíbrio, bem como uma trama inteligente e de estética bem elaborada;

8 - Oeste: a guerra do jogo do bicho, de Alexandre Fraga: Não achamos exagero pensar que esta seja uma das principais narrativas da literatura policial brasileira. Mais do que isso, é quase tão relevante quanto um Cidade de Deus e nele expõe muitas das mazelas cariocas, isso tudo num suspense que nos remete a um Poderoso Chefão. Por isso é de se estranhar que não vejo muito se falar dele, inclusive em crítica especializada;

9 - As estranhas e belas mágoas de Ava Lavender, de Leslye Walton: Na última década de nossas leituras, talvez nem uma outra obra tenha sido tão surreal quanto esta. É literatura em todos os sentidos da palavra, do abuso às imagens metafóricas às diferentes camadas textuais. Uma obra certamente muito subestimada que acabou não alcançando nem o grande público, tampouco os círculos menores da crítica;

10 - O filho mais velho de Deus e/ou Livro IV, de Lourenço Mutarelli: Tenho feito e realizado alguns trabalhos com este livro e é curioso porque aparentemente não é nem mesmo a obra mais significativa do autor. A curiosidade é que a despeito de sua aparente "viagem", a obra abre portas a uma série de interpretações, referências e hiperlinks.


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