10 Romances para entender (e se assustar com) o mundo contemporâneo

Pós-verdade, fascismo, racismo, totalitarismo, intolerância religiosa e cultural, desumanidade, notícias falsas, autoritarismo, violência... Tudo isso está nas principais pautas do nosso dia a dia, num presente cujos romances distópicos tentaram nos advertir. Muitos não ouvira, outros ignoraram, mas ainda dá tempo, quem sabe. Selecionamos 10 romances que ajudam a compreender e entender em que tipos de sombras estamos mergulhando hoje, confira:

1 - 1984, de George Orwell: Não é sem razão que a procura pelo livro tem crescido exponencialmente. Escrito em 1948 e publicado em 1949 o romance apontava para uma sociedade cuja verdade era maleável aceitando-se até mesmo que 2+2=5. Em tempos de pós-verdade, 1984, segundo Fromm nos apresenta a verdade móvel, termo cunhado por Alan Harrington sendo que o Ministério da Verdade controla a verdade conforme os interesses do partido. Há ainda "os dois minutos de ódio" algo tão corriqueiro no mundo digital de hoje, entre outros alertas feitos por Orwell;

2 - Fahrenheit 451, de Ray Bradbury: Outra sociedade em meio às guerras, e que aqui é controlada por uma mídia estatal que cria uma massa imbecil enquanto direciona a culpa de tudo aos livros (e ao ato de pensar e conhecer) que são queimados sem qualquer tolerância;

3 - Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley: Dentre outras coisas presentes na obra de Huxley há a preocupação de que o excesso de informações nos tornaria passivos e egoístas (hum. Lembra algo?), além disso em seu mundo não se haveria razões para ler porque a leitura não seria do interesse de uma sociedade dividida por castas e controlada pelo prazer;

4 - Nós, de Yevgeny Zamyatin: Obra da década de 20, é bastante associado a 1984 e também trata de uma sociedade burocratizada e opressora a despeito de sua aparente perfeição;

5 - A Sombra dos Reis Barbudos, de J. J. Veiga: Para um olhar aqui sobre a nossa terra em tempos de malucóides pedindo intervenção militar, ou buscando salvação num bem comum nem sempre possível, essa obra também provoca reflexões sobre tirania e alerta para determinados riscos, que nós, brasileiros ainda podemos evitar;


6 - O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro: Talvez um dos romances mais recentes a tratar da intolerância com extrema qualidade e engenhosidade, na obra vemos o despertar de velhos ódios e rancores numa narrativa que bem poderia ser alegórica a estes tempos atuais que regredimos em nossa humanidade;

7 - O Zero e o Infinito, de Arthur Koestler: Outra obra da década de 40 (1941) que traz em seu âmago discussões e reflexões acerca do totalitarismo e é sempre lembrada em épocas duras como as de hoje. O próprio Orwell publicou ensaios sobre a obra do autor;

8 - Life in The Crystal Palace, de Alan Harrington:  Publicado em 1959 a obra versa de questões corporativas e a reflexão sobre aquilo que te faz ansiar pelo salário (parco) ao final do mês sem condições de observar o resto do todo. Também cria esta expressão "verdade móvel" que nada mais é que a predecessora da pós-verdade de hoje que manipula eleições e que hipnotiza (no sentido de controlar) uma massa amorfa que passa acreditar em tudo que lê num post e que já desejava crer, antes;

9 - Minority Report, de Philip K. Dick: Na verdade um conto que de alguma forma encontra ecos numa sociedade que já prende ou pune os seres humanos, muitas vezes por distinções de classe, ou como no caso do governo americano de Trump que coloca todo mundo numa mesma panela, criminalizando refugiados sem qualquer justificativa;

10 - Neuromancer, de William Gibson: Nos aproxima desta sensação de vivermos numa Matrix (criação do autor, inclusive), mas acima de tudo aborda um bocado do avanço das inteligências artificiais, questão que a despeito do ruir do muno politicamente, é também uma presença incômoda entre nós;

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem