10 Perguntas Inéditas para Reginaldo Pujol Filho

O Blog Listas Literárias entrevistou o autor Reginaldo Pujol Filho, autor do recente lançamento pela editora Record, Só Faltou o Título (Cuja avaliação vocês encontram aqui). Nesta conversa, além do livro, assuntos ligados à literatura abordados de uma forma franca e esclarecedora. Confira:



1 - A obra literária permite uma diversidade de leituras, no caso de "só faltou o título" ver Edmundo Dornelles como um Quixote moderno diante das agruras do mercado editorial é uma possibilidade? ou você acredita que as vivências da personagem são bem mais realistas?

RPF: Fico muito feliz de ler sobre o livro oferecer possibilidades de leituras. Gosto de livros que ensejam pensamentos e ideias, então, se o meu oferece isso, me sinto bem. E acho interessante surgir o Quixote aí. Dom Quixote é, certamente, um dos meus livros favoritaços, tenho adoração por ele, e acho que sim – e no meio da escrita isso chegou a me ocorrer –, o Edmundo, por um certo olhar, pode ser visto com algo de quixote, talvez com uma ainda mais triste figura. Ambos se deixam levar pelo amor à ficção, não é? Mas não acho que ele seja “O” Quixote moderno, apenas tem traços de Quixote, como talvez todos nós e aí vai uma das forças do livro do Cervantes: é impossível não estar nele. Esse livro, para mim, contém o mundo. Porém, voltando ao Edmundo, embora veja traços de quixotismo nele, acho que os motores dele são mais presos ao ressentimento, a uma falta de empatia absoluta, que converte não apenas o mercado editorial, mas o mundo todo, em monstros que impedem sua jornada. Porém, ao contrário do cavaleiro, Edmundo não enfrenta diretamente os moinhos de vento, age na surdina, engana, manipula, joga. E, além disso, acho que o Edmundo gostaria mais de produzir quixotes do que de vir a ser um. E não falo de uma coisa Pierre Menard, de querer escrever de novo o Quixote. Mas de produzir tal efeito com os seus romances (do Edmundo) que seus leitores viessem a crer nas suas ficções como o personagem de Cervantes cria nos livros de cavalaria. Acho que esse era o sonho de Edmundo, produzir o famoso efeito de real nos seus hipotéticos leitores. Que eles, assim como o cavaleiro, acreditassem mais nos livros do que na vida.

2 - No caso de seu livro, Porto Alegre e região metropolitana são cenários das desventuras desse escritor. Nesse sentido, seu trabalho se alinha com outros autores que conseguem fugir do eixo principal (Rio - São Paulo). Como você vê isso para a literatura brasileira?

RPF: Marcar Porto Alegre e a região metropolitana com força no livro não foi um projeto deliberado. Foi, gosto de dizer assim, uma exigência da história que eu queria contar. Tento explicar: eu tinha a premissa do livro, um escritor (depois ele se converteu em aspirante a) num impasse com a capacidade de os livros criarem ficções. Pois bem, como eu já sabia que eu queria que o protagonista chegasse no gesto extremo a que Edmundo chega, digamos, de pingar ficção no meio da realidade, passei a achar que o livro deveria ter um tom muito realista para dar força a esse movimento dele. Daí surgem muitas, muitas referências que dão essa tinta realista aos livros (citações de nomes de autores, de figuras públicas, de eventos ocorridos, etc.) incluindo o desenho do espaço urbano, que, acredito, pode dar aquele gosto de “Sim, sei onde isto está se passando”. Mas também inventei nomes de ruas e espaços para embaralhar um pouco as coisas. E acabou sendo Porto Alegre acho que por ser a cidade que eu tenho mais à mão para esse tipo de jogo de registrar e manipular. Mas Cachoeirinha, por exemplo, eu não conheço. Pesquisei e criei. Assim como São Sepé, outra cidade importante no livro. Agora, como vejo isso para a literatura brasileira? Acho que é até meio óbvio que se faça isso: se é literatura brasileira, é bom que as histórias ocorram em Porto Alegre e em Manaus, no interior de Roraima, na região metropolitana de Palmas. Eu gosto de ler livros que registrem espaços novos para mim (reais ou fictícios). Altair Martins trabalha muito com Guaíba, e acho legal isso de botar essa cidade no mapa da literatura; Jadson Barros Neves, em Consternação, nos leva para o Tocantins à beira da floresta, mas também gosto muitos de cidades inventadas, de espaços puramente ficcionais. Talvez a questão seja o que deriva disso, que é a constatação de que tem bastante gente escrevendo, produzindo e circulando aqui em Porto Alegre e em João Pessoa, Floripa, Recife, Curitiba, BH, Salvador sem precisar migrar para São Paulo ou Rio de Janeiro para tanto.

3 - Mas retomando o livro, vamos direto ao ponto. Sua obra está mais para romance, ou, mais para crítica literária? Até que ponto a visão de Dornelles sobre o círculo literário é real, e quando ela se distancia dessa realidade?

RPF: É um romance, isso me parece claro. Mas tenho uma defesa de que todo romance feito com consciência crítica por parte do autor (me refiro a reconhecer a tradição, estar atento ao que acontece ao seu redor, etc.) sempre será uma espécie de crítica literária, um pensar sobre o fazer literário, uma busca de redefinir o limite da literatura, até onde ela pode ir, o que merece a alcunha de literatura, literário. E, nesse sentido, bem sucedido ou não, tento escrever dessa forma não só nesse livro, mas sempre, refletindo sobre o que faço. Agora, se a visão do Edmundo sobre o círculo literário é real, me parece uma questão um pouco limitadora. A minha visão é real? A visão de Alcir Pécora, José Castello, Beatriz Rezende, João Cezar de Castro Rocha ou a tua são reais? Sim, são todas reais, porém diferentes. No caso da visão de Edmundo, tentei criar uma visão que pudesse ser real, que não fosse puro disparate, coisa de louco varrido, senão não tinha graça. Se o personagem é louco, qualquer coisa que ele fizer se justifica: ah, ele e louco. Mas quis criar uma visão sobre literatura e sobre o mundo que fosse, mesmo que às vezes grosseira ou violenta ou beirando o absurdo, plausível, com lógica interna, e justificasse que o personagem fizesse o que fez. Agora, se eu acho que a literatura morreu no século 19 na Rússia, como ele afirma? Não, não acho, senão eu não escreveria. Se acho que não se produziu mais bons escritores desde o advento das oficinas literárias e que Luis Fernando Verissimo é só um comediantezinho comunista, como ele também afirma? Também não acho, oficina e Verissimo são as bases da minha formação como escritor e leitor. Mas, por exemplo, vi e pesquisei bastante sobre a moda-teórica da autoficção e como isso, entre 2005 e agora, começou a aparecer bastante na produção nacional e, em especial, na recepção e na divulgação, sempre procurando rotular ou encaixotar os livros dentro dessa denominação que não diz muita coisa. Fui misturando um montão de coisas que pudessem criar uma visão real para Edmundo. E possível de se acreditar, discordar, concordar, se irritar, ou rir.

4 - Quanto a estrutura composta por testemunhos que ampliam a obra e apresentam um outro ponto de vista além da narrativa de Dornelles, isto foi uma escolha para amenizar a acidez, ou uma forma de agregar também público, visto o interesse que o crime gera na literatura?

RPF: Nem uma nem outra alternativa. Admito que, como efeito, os depoimentos podem ser umas ilhas de respiro naquele mar de ódio e raiva do Edmundo. Mas esse recurso tem muito mais a ver com a possibilidade de mostrar a recepção de outros personagens em relação ao que se passa na história. Desde o início da escrita, queria ter esse outro lado. Ter mais de um lado pode reforçar a ficcionalidade das verdades, a ambiguidade. Tenho uma versão do começo do livro em que a narrativa se passaria toda no tribunal, mas não ficou equilibrado, não estava dando o tom que eu queria. Mas também acho que os depoimentos, do jeito como estão colocados, aumentam a tensão do livro, criam jogo, indefinem, chamam o leitor para fazer perguntas durante um bom período da leitura. Gostaria que fosse assim. E, para mim, foi se tornando um exercício muito rico de trabalhar diferentes olhares sobre um mesmo objeto, de exercitar essa coisa das versões, do testemunho enquanto verdade parcial. E, ainda, depois de visitar tribunais, ler processos durante a pesquisa, acabei me interessando também pelo que há de ficção no jogo jurídico (vide essa série do Netflix, o Making a Murderer, por exemplo). Há processos que são verdadeiros romances, com polifonias, buscas pela verossimilhança, pelo efeito de real, narradores inconfiáveis. Então, tem muitos porquês para esse recurso, mas nenhuma tentativa de amenizar qualquer coisa ou buscar público. Se fosse por aí, acho que não tinha escrito esse livro.



5 - Fugindo um pouco da obra, você é um autor de uma nova geração que tem buscado cada vez mais se qualificar, inclusive cursando um mestrado na área. Você acredita que a vivência acadêmica pode auxiliar a vida de candidatos a novos escritores?

RPF: Isso é bastante relativo. Eu recomendo fortemente toda a experiência, digamos, de formação que eu tive: anos de oficina literária com o Charles Kiefer, pós-graduação na UN de Lisboa, mestrado em Escrita Criativa na PUCRS e agora um doutorado na mesma área. Tudo isso, tenho certeza de que contribuiu e contribui para o meu trabalho e pode, sem dúvida, contribuir para muita gente que se dedica ou pretende se dedicar à escrita. Mas isso não é fórmula mágica, não te ensina a ser escritor. Isso é sempre importante frisar. Porque daqui a pouco tem gente que vê a lista de alunos de um curso desses, ou da oficina do Assis Brasil, e pensa “taí, esse é o caminho”. E as coisas não são assim. A gente fica sabendo dos nomes que se destacaram. Mas e todos os outros que não, que desistiram de escrever, ou que não levavam jeito pra coisa mesmo, ou que não tinham dedicação, ou etc? Esses também existem. O caminho da escrita é um troço muito pessoal mesmo e, para o meu caminho, esse tipo de encontro com a teoria, com o debate, com a reflexão, faz muito bem, tem a ver com meu jeito de escrever. Mas reconheço que para outras pessoas pode não ser legal, pode não ser o ideal. Tem gente que diz que se sente engessado por teoria. É possível. Eu me sinto desafiado por ela. Mas é só o meu jeito. Em resumo: sim, a vivência acadêmica pode ser boa para a escrita. Mas não é uma garantia, não será para todos.

6 - Aliás, como você enxerga a produção literária neste atual momento, e nos próximos? Sua visão está mais para Edmundo Dornelles ou Reginaldo Pujol Filho?

RPF: Estou muito próximo do Edmundo Dornelles no gosto por Dostoievski, pelo Ilusões perdidas, por alguns livros que ele cita. Mas estou lonjão dele no que se refere ao entusiasmo com a produção de hoje. Sou fã de carteirinha de uma série de autores nacionais (pra não falar dos internacionais). Tem gente que gosta de rotular (ah, a literatura brasileira é realista e urbana, ou a literatura brasileira só olha para o próprio umbigo, esses conceitinhos fáceis), mas tem muita coisa forte, longe de estereótipos. Posso citar várias obras sem precisar pensar muito, como Barreira (Amílcar Bettega), Terra Avulsa (Altair Martins), os experimentos todos da Veronica Stigger, As miniaturas (Andrea Del Fuego), A cidade, o inquisidor e os ordinários (Carlos de Britto e Mello), Paulo Scott (da poesia à prosa), F (Antonio Xerxenesky), O livro dos mandarins (Ricardo Lísias), A história natural da ditadura (Teixeira Coelho), a escrita do Nuno Ramos... E isso sem falar na turma já estabelecida, espécie de cânone-contemporâneo, tipo o Sérgio Sant’Anna; ou os poetas (Angélica Freitas, Marcio-André, Diego Grando...) e, inclusive, na produção que sei que está saindo lá da PUC. Rapaz, tem um montão de livros legais sendo escritos nesse momento que desmentem o pessimismo do Edmundo. E olha que tem uma penca de livros que ainda não li e que estão aqui, me esperando, nesse momento, enquanto respondo esta entrevista.

7 - Ainda sobre as atividades do escritor, você possui outras publicações por editoras de menor porte, como o caso da Dublinense, e agora "só faltou o título" pela Record. Você poderia nos contar as diferenças de processo? O que muda?

RPF: Na verdade, meus dois primeiros livros (e mais uma antologia que organizei) saíram pela Não Editora, que hoje é um selo da Dublinense, mas começou sozinha. Acho que ainda não tive tempo suficiente, nem rodagem suficiente dentro da Record para apontar muitas diferenças. É claro que existem. Acho que o porte das duas estruturas, especialmente se eu comparar com a estrutura da Não lá de 2007 (que era basicamente a vontade de fazer livros), tem muita diferença. A Record é uma empresa bem grande, departamentalizada, com processos; o contrário de uma pequena editora independente, que é hipercentralizada em uma, duas pessoas. Durante a produção e o lançamento do Só faltou o título, acho que troquei e-mail com umas dez ou quinze pessoas da Record (muitas das quais, só fui ver pela primeira vez no lançamento no Rio). É um relacionamento profissional pra caramba, tem a pessoa do marketing, a pessoa da imprensa, a pessoa do evento, das redes sociais... Com a Não – especialmente entre 2007-09, hoje ela cresceu um tanto), do ISBN ao local do lançamento, da capa ao acerto de contas, da revisão ao post numa rede social, tudo era tratado com a mesma pessoa. Mas é evidente que sinto ganhos agora na Record de divulgação, de circulação, de presença do livro (embora a Dublinense tenha uma distribuição sensacional, melhor que de muita editora dita grande). E por enquanto é só isso que percebo. Ah, mas gosto, quando tocam nesse assunto, de relatar a semelhança que vejo também entre as duas: meus dois editores são caras que adoram livros e, mais ainda, de dar a cara pra bater por eles. O Rodrigo Rosp, quando precisava de um título para lançar junto com o dele e assim fundar a Não Editora, me procurou porque tinha ouvido o Charles Kiefer falar que nenhum editor ia encarar meu Azar do Personagem porque era experimental (ou coisa assim) demais. Então o Rosp queria conhecer e publicar. E o Só faltou o título foi muito engraçado, porque, antes de chegar na Record, algumas pessoas leram e gostaram, mas disseram, olha, o problema é algum editor ter coragem de publicar assim, com esse personagem tão agressivo, falando mal de todo mundo. E, em seguida, essas mesmas pessoas me diziam: talvez o Carlos Andreazza queira. E dito e feito, o Carlos abraçou o projeto na hora. Então tem esse parentesco, que é esse gosto por um certo risco, se é que se pode chamar assim. Acho uma semelhança muito feliz ter encontrados editores que gostam de topar apostas fora da curva.

8 - Agora uma dúvida que me acompanhou durante a leitura de "só faltou o título": se a obra fosse, por exemplo, publicada por outra editora, Tatiana Fagundes também mudaria de empregadora? Ou desde o princípio esse enrosco era com a editora Record?

RPF: Pois então: tenho meu caderninho para comprovar, a Record surge para o livro já nas primeiras anotações dele. Decidi lá no comecinho do processo que seria importante o Edmundo entrar em contato, estabelecer uma certa ligação com “O maior grupo editorial do Brasil” – que o grupo Record era até a fusão Alfaguara/Companhia. Esse acontecimento acenderia a chama do Edmundo, o agora-vai, pois, na sua visão, o que faltava era esse pessoal ter notícia da sua existência. E, por outro lado, quando ele, no seu afã de se mostrar um literato, quisesse tentar seus voos críticos sobre a literatura brasileira contemporânea, ele tomaria o carteiraço, Cara, nós somos o maior grupo editorial do Brasil, acho que a gente sabe o que está fazendo. Quer dizer, da minha parte, sempre foi a Record, personagem importante do livro. O risco que se anunciou em algum momento, quando as pessoas começaram a dizer que era um ideia boa mostrar para o Andreazza, foi o de, quem sabe, a editora querer o livro mas pedir para trocar Record por Companhia, Alfaguara, Rocco, alguma editora inventada. Só que isso não aconteceu. Inclusive, quando comentei com o Andreazza que algumas pessoas acharam que isso iria ocorrer, ele me disse algo como, “Tá louco, seu personagem dá pau em todo mundo e não vai dar na gente?”.

9 - Voltando um pouco a Edmundo Dornelles, Ele é um louco? Alguém com dificuldades de convívio social? Uma antítese? Quem é esse cara que possui uma visão bastante particular, e quantos Dornelles você imagina existir por aí? 

RPF: Bah, louco é um troço bem difícil de definir. Já vi Gonçalo M. Tavares dizer que, na nossa sociedade, um sintoma bem evidente de loucura é quando o sujeito literalmente rasga dinheiro, como que dizendo, ele deixou de compreender como as coisas funcionam. E eu nunca quis que o Edmundo fosse reconhecido assim, como alguém desconectado da realidade, aqueles clichês bobos de “Eu sou Napoleão”, etc. Porque, se assim fosse, tudo o que ele fizesse já estaria justificado por ele não reconhecer os códigos sociais. O que eu acho é que ele tem suas peculiaridades psicológicas, que tem uma dificuldade extrema de convívio, um monte de fragilidades, dificuldade extrema de pertencer (à família, ao relacionamento, ao grupo de amigos), mas nada disso é falta de razão, exclui um pensamento provido de causa e consequência – uma das bases do pensamento racional. Mas a questão é que Edmundo faz tudo o que faz na sociedade, querendo causar efeito na sociedade. Claro que a visão dele é distorcida, mas não é fora da sociedade. Ele, a seu modo, está em relação com ela, né? E, bom, em relação à segunda parte da pergunta, em menor ou maior medida, acho que Edmundos andam por aí. E muitas vezes eu mesmo posso ser. Porque as bases do Edmundo são o rancor, o ressentimento, a sensação permanente de injustiça (contra si, mas não contra o outro), a incapacidade de perceber o outro e de estabelecer diálogo. Eu = certo; ele = errado. As coisas (seja o trânsito, seja mercado editorial) estão contra mim, eu sou sozinho e eles são todos, como diz o narrador de Memórias do subsolo e que Edmundo parafraseia. Esse tipo de visão, de pensamento, de sentimento está aí, só não é explícito porque, graças a deus, não temos acesso a tudo o que os outros pensam. Seria o caos, como as redes sociais muitas vezes nos demonstram.

10 - Para encerrar, você indicaria as táticas de Edmundo Dornelles para novos escritores, ou é melhor encontrarem outras formas?

RPF: Acho que não. A não ser que o objetivo seja fazer uma performance, algo assim. Já pensei na possibilidade de o Edmundo ter feito uma produção artística involuntária com seu gesto no livro. Mas sendo involuntário daí não seria artístico e, bom, daí já é outra conversa.


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