10 Considerações sobre A Dança dos Dragões, ou para onde as putas vão

O Blog Listas Literárias leu A Dança dos Dragões, de George R. R. Martin publicado pela editora Leya; neste post as 10 considerações sobre o livro:

1 - A Dança dos Dragões depois da certa estagnação em O Festim dos Corvos retoma os principais elementos que marcaram a série de livros, tais como o intenso jogo político no jogo dos tronos, a ação constante e especialmente a imprevisibilidade do destino de alguns personagens que nos são caros;

2 - É isso mesmo, você leitor já habituado ao desapego de Martin por seus personagens certamente poderá sentir outros baques como o do casamento vermelho, especialmente no final do livro em que o autor abre uma série de possibilidades para os dois exemplares restantes da saga com mortes (ou possíveis mortes) que poderão causar a ira de seus leitores;

3 -  Neste volume o foco são os eventos que se desenrolavam mais ao norte e em Meeren o que nos dá o retorno de personagens que estão entre as mais queridas da série, o que certamente torna o livro bem mais atrativo que o volume anterior;

4 - Em A Dança dos Dragões podemos acompanhar um verdadeiro jogo de escolhas em que as personagens são confrontadas com suas crenças, com seu caráter, com seus juramentos. Neste livro não há mais espaço para ingenuidade, e para a sobrevivência será necessário cada um saber reconhecer quem é e no que está metido;

5 - Há também neste livro um aprofundamento nas complexidades das personagens, o que fica mais claro através de Arya Stark que vem sendo paulatinamente desconstruída pelo autor o que nos promete o (re)nascimento de uma nova personagem que deverá ser fruto de toda uma jornada complexa, destrutiva, mas renovadora;

6 - Outro detalhe que não passa despercebido é que a preciosa constituição das personagens de Martin as torna vívidas ao leitor, e o melhor exemplo disto é a distinção entre determinadas personagens, como por exemplo a capacidade de jogar o jogo político na guerra dos tronos especialmente a necessidade que no meio disso cada um precisa conhecer de suas habilidades e de seus limites;















7 - Além disso, o que não falta neste quinto volume de As Crônicas do Gelo e do Fogo é a ação, uma constante do princípio ao fim, sendo que em muitas batalhas o desfecho é acachapante e surpreendente;

8 - Volto a falar de uma palavra que parece-me a síntese deste volume: a desconstrução, que penso ser um dos elementos centrais deste volume tamanha quantidade de personagens que são remontadas, algumas através da tortura física, outras pela psicológica, algumas por ambas, e outras personagens precisam literalmente se adaptar a realidades nunca vividas. Assim acompanharemos um Tyrion que necessitará fazer coisas impensadas a um Lannister, ainda que usando de sua astúcia para minimizar seu fardo, veremos Cersei ter de engolir sapos, A Patrulha da Noite articular com velhos inimigos, enfim, em A Dança dos Dragões o que não falta são personagens tendo de enfrentar suas piores realidades;

9 - Um detalhe interessante é que neste volume Martin começa a amarrar elementos que começam a explicar a origem de toda a guerra iniciada pelos tronos (embora suspeite que haverá sempre um jogo dos tronos) em que atitudes no passado desencadearam os acontecimentos do presente, e estes acima de tudo estão deixando uma série de incógnitas para os dois volumes que restam da série num desfecho que não deve ser menos surpreendente e épico do que já vimos até agora;

10 - Enfim, A Dança dos Dragões está entre os melhores volumes da série, e na minha opinião só fica atrás de A Tormenta de Espadas em termos de frisson, e ao término do volume compreende-se por que seus leitores anseiem tanto pelos dois volumes que restam para a conclusão desta saga, que sem dúvida alguma é a maior, a melhor e a mais completa obra de fantasia de todos os tempos.




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