10 Considerações sobre O Ultimo Homem em Berlim, ou como mergulhar nas piores coisas que a humanidade é capaz..

1 - O último homem em Berlim de Gaylord Dold trás um serial killer, um detetive (um Kripo para ser mais exato) obstinado, espionagem, intrigas, traições, com personagens decadentes do submundo... Tudo isso conduzido por uma narrativa levada com perfeição.

2 - Ambientado na década de 30, numa Alemanha onde florescia uma das piores épocas da humanidade, a tensão carregada nos ombros do investigador Harry Wulff, é ampliada com o contexto alemão num país que vê o poder dos nazistas tomando as ruas de Berlim;

3 - Wulff, um policial honesto, sob o comando de um judeu, e apaixonada pro uma bela judia (Johanna) sempre soube que estaria em grande risco quando a SA tomasse o poder. Mesmo assim, em nenhum momento ele deixou de se dedicar as suas funções;

4 - No livro, o leitor logo é apresentado ao assassino perseguido por Wulff, e isto muitas vezes nos leva a quase querer gritar, ou dialogar com o Kripo, ou até mesmo não entender como ele não conseguia ligar os fatos;

5 - Para piorar, os assassinatos começam a ganhar contornos políticos, um fato aliás corriqueiro na Alemanha daquele período de Pogrons, e ataques anti-semitas e a socialistas, que acabam dando maiores dificuldades ao a Wulff e levando o leitor a suspirar ante cada capítulo;

6 - Para quem é fã em espionagem, as ligações entre os crimes, e a SA representada em comandantes berlinenses dá uma boa toada quanto ao ritmo da narrativa, a contraespionagem, e os artifícios utilizados para trair, matar, e até mesmo divertir, visto qu Dold nos apresenta nazistas um tanto pervertidos;

7 - Gaylord Dold não poupa palavras para descrever cenários, paisagens, e personagens, e tudo isso de uma forma simples, que quando percebemos estamos vivendo naquela Alemanha, e tensos com os rumos que tomarão os personagens, mesmo que aqui no futuro, nós leitores, saibamos para onde a história os levará; 

8 - O interessante que Dold consegue escrever com precisão e detalhes, passagens como a necropsia das vítimas, ou a perversão entre nazistas e suas prostitutas, mas sem deixar seu texto chulo, mesmo dizendo tudo o necessário a se dizer;

9 - O romance é carregado  de uma drama psicológico, cuja tensão dá-se muito pela construção dos personagens e do cenário onde se passa, mas quando a ação vai a vias de fatos ela é tão tensa e detalhista que sentimos dores de ossos fraturados;

10 - Enfim, nem mesmo o uso do velho clichê do vilão que fala demais no confronto final tira o mérito de colocar o livro entre minhas grandes leituras, ainda mais por que além de tudo que falei o livro é um importante tutorial de como a vítima escapar de um garrote. 


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