7 Elementos que fazem da adaptação de livros em filmes um sucesso

Muitas listas aqui no blog tratam de livros e suas adaptações em filmes. A questão é sempre polêmica e, não raro, as adaptações geram discórdias e paixões. Neste post pensamos a palavra sucesso enquanto qualidade, obras que atraíram a crítica nos dois formatos, não necessariamente suas bilheterias. Sucesso aqui é quando a obra adaptada alcança seu próprio status, sua qualidade inequívoca. Neste sentido, selecionamos 7 elementos que julgamos estar presentes em adaptações de sucesso. Confira:


1 - Obras distintas: Já falamos disso noutra lista. Produção e espectadores precisam estar conscientes de que ao ser adaptado, a trama do livro passa a ser outra. São coisas distintas. No que se refere à produção, esse é um detalhe que jamais poderá ser esquecido, pois que há a impossibilidade da cópia. Filme feito para ser idêntico ao livro tende a ter problema. O primeiro passo para adaptação é partir desse reconhecimento;

2 - Captura da essência: Pensemos um filme cuja adaptação é tão icônica quanto o livro, Blade Runner. É óbvio que temos ali uma coisa nova, diferente. A distinção entre as narrativas está dada, entretanto, por mais distintas que sejam, o filme capta a essência do livro, assim é o livro, mas o livro de outra forma. O desafio da adaptação é justamente capturar essa essência, entender o universo, e dele fazer algo novo;

3 - Lembrar e esquecer: Partindo dessa questão da essência, nos bons filmes adaptados é fundamental que a obra conduza o espectador a este jogo dúbio. Entre a lembrança e o esquecimento. Precisa te levar a um caminho por vezes só dele, do filme, te fazer esquecer do livro, ao mesmo tempo, que precisa também te levar ao livro em dados momentos;

4 - Deixar o autor distante: Acho uma boa coisa quando os autores dos livros pouco interferem na adaptação. São esses os mais sábios, compreendem a distinção de narrativas. Lógico que teremos alguns casos em que a participação e pitacos dos autores na adaptação funcionam bem, mas não é a regra, parece-nos;

5 - Compreender as limitações do cinema: Sim, o cinema é mais limitado que a literatura. A literatura é o jardim do imaginário, lugar em que toda e qualquer visão é possível. Nela se constrói, se quebra e se ressignifica a imagem sem qualquer tipo de regramento físico. O cinema é mais limitado, nos mais diferentes sentidos que se possa pensar, de modo que a adaptação deve levar em conta essa limitação;

6 - Reduzir o quanto possível o autoritarismo da imagem cinematográfica: Falamos tanto das distinções entre uma narrativa e outra. Isso fica bastante claro com a posição de leitores e espectadores. Os primeiros têm muito mais possibilidades de botarem a si mesmos na leitura. A bem da verdade, o leitor é que acaba impregnando o maior sentido às leituras. No cinema a questão é um pouco mais autoritária. A imaginação e a liberdade do espectador são um tanto mais restritas, pois o olhar do diretor meio que domina as imagens. Por isso, quanto mais se reduzir isto e permitir que a imaginação do leitor também atue, tanto melhor. O Senhor dos Anéis talvez seja um bom exemplo disso;

7 - Não violentar a obra adaptada: Vejamos que o jogo não é muito simples. É preciso captar a essência e ser distinto, entretanto, não se pode afastar sobremaneira da obra original. Não se pode violar seus conceitos, suas ideias, sua essência. Tornar a adaptação irreconhecível ao adaptado é um grande problema. 

E para vocês, que elemento é indispensável numa boa adaptação?

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