Recall é geralmente associado a veículos ou a produtos de maior valor. No entanto sempre que um produto apresenta defeito, precisa ser trocado, e o mercado editorial não estaria livre desses perrengues. Hoje o Listas Literárias traz uma seleção com 10 recalls no mercado editorial:
1 - Um dragão de prejuízos: Não o primeiro, mas talvez o mais lembrado graças a seus números, a falta de um capítulo no quinto volume de As Crônicas do Gelo e do Fogo fez com que a Editora Leya convocasse um recall de 150.000 exemplares, num prejuízo que chegou a R$ 1 Milhão;
2 - Hum! Safadinha!: Por sorte a empresa chinesa China Friendship Publishing Company and China Media Time precisou fazer um recall só de 150 livros, e uma seleção de contos dos Irmãos Grimm. O problema foi que ao invés de traduzir o conto original do alemão, a tradução foi feita de uma versão japonesa mais safadinha;
3 - Por quatro páginas: A falta de 4 páginas de um suplemento do livro de RPG Rastro de Cthulhu a RetroPunk convocou um recall do livro, possibilitando também que quem preferisse, poderia imprimir as páginas que faltavam;
4 - "Desacontecimentos": O mais recente recall do mercado editorial brasileiro é do livro "Meus Desacontecimentos" da escritora gaúcha Eliane Brum, e publicado pela Editora Leya. A editora assumiu os equívocos, porém não deixou claro quais teriam sido os erros na publicação
5 - Erros de grafia: 12 erros da grafia na parte em espanhol do livro "O Fazedor", de Jorge Luis Borges fez com que a editora Companhia das Letras realizasse um recall do livro em 2008;;
6 - Recall da princesa: Em 2010 a editora Planeta realizou o recall do livro A Princesa de Gelo porque o livro apresentou erros de revisão;
7 - Uma outra história: Trocando as bolas literalmente a editora Harlequin precisou fazer um recall do livro 19 da série Primeiros Sucessos que "deveria" conter a história de Sem Promessa de Amanhã, da Nora Roberts;
8 - Erro britânico: O romance Liberdade, de Jonathan Franzen conquistou prêmios e a crítica, porém na Inglaterra foi necessário um recall de 8.000 exemplares por falhas de composição;
9 - O problema não era o livro, mas...: A Random House retirou do mercado em 2003 milhares de livros infantis por causa da sua embalagem de papelão e plástico que traziam riscos de asfixia para as crianças;
10 - Não to sabendo de nada: Um curioso recall aconteceu no Canadá, quando o autor Wes Funk se deu conta que seu livro Cherry Blossoms tinha sido publicado sem sua autorização. Para piorar a publicação era uma versão primitiva de seu trabalho, cheia de problemas;
Lembrei de outro "recall" (não estou certa se a palavra cabe neste caso), mas foi algo pitoresco/ridículo/sem noção que merece ser relembrado. Em 2009 ou 2010 os alunos das escolas estaduais aqui de São Paulo receberam, no kit distribuído no início do ano, um livro chamado "Os cem melhores contos brasileiros do século" (Ed. Objetiva). O problema é que nesse volume existem diversos contos altamente eróticos, tipo "Obscenidades para uma dona de casa" de Ignácio de Loyola Brandão. Boa literatura sem dúvida, porém totalmente inadequado para a faixa etária dos estudantes. Houve um protesto geral dos professores da rede pública e decidiu-se suprimir o dito livro de todos os kits. Eu trabalhava em uma dessas escolas e ajudei nessa empreitada: tiramos e empilhamos dezenas e dezenas de livros. Só fico imaginando quem teve a ideia jerica de incluir esse item no kit dos adolescentes. E tudo pago do nosso bolso, claro.
ResponderExcluirBom eu tenho esse livro, comprei em um SEBO no centro do RJ.
ExcluirDigo de antemão que há sim contos menos apropriados para crianças, mas nenhum absolutamente impróprio.
Acho que se bem trabalhados, até mesmo temas polêmicos e sexuais podem ser instrutivos.
Pena que livros infantis tratem de tramas com assassinatos e crimes, aonde jovens saem à busca de fazer justiça, enquanto, transformamos o sexo em um TABU, e deixamos de conversar com nossos filhos sobre algo tão belo quanto à entrega de corpo e alma em uma relação.
Pra ser sincero nem sabia que tinha recall de livros...
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