1 - Duas coisas tornam o livro uma leitura rápida e prazerosa: o seu tamanho com pouco mais de cento e setenta páginas, e a sua narrativa cheia de ação, e reviravoltas, que por mais densa que seja o cenário do livro, percorremo-os lado a lado do crítico de arte Wagner Krupa, num futuro convulsionado e caótico;
2 - Quatro estórias compõe o romance, em tempos diferentes acompanhando Krupa em aventuras perigosas, num futuro em que toda a porcaria do ser humano está ainda mais presente, e mesmo que isto ocorra daqui mais pra frente, as mazelas deste século se mostram muito mais ampliadas;
3 - O futuro construído por Aran é imundo. As pessoas são imundas, durante a narrativa o autor não poupa quem lê de cenas fortes e repugnantes, onde ele trás à tona defeitos incorrigíveis da humanidade;
4 - Por outro lado as pinceladas de humor num cenário dantesco e surreal equilibram o livro, e nos conduzem a ver todo o horror de uma forma vamos assimilando este futuro praticamente sem ordem, mesmo onde haja a intenção de ainda existir uma comunidade, mesmo que apenas para o comercio;
5 - Neste futuro construído por Aran pode trazer reflexões para o presente, já que de certa forma já vivemos de certa forma em Shopping cities em que a cidadania se apresenta na possibilidade de consumir;
6 - Wagner Krupa é um personagem marcante, num típico anti-herói preocupado sempre com seu próprio rabo, e nas comissões que pode ganhar durante as aventuras que participa;
7 - Por Krupa ser um crítico de arte - uma profissão bem perigosa por sinal - ao transcorrer o livro o leitor encontrará muitas referências sobre o assunto;
8 - Mais que uma obra de ficção, o livro foi uma forma que o autor achou para protestar, tamanha rebeldia ao analisar o mundo de hoje, projetando o futuro sombrio de sua obra;
9 - Estômagos muito sensíveis podem sentir náuseas - mas apenas os mais sensíveis - ao ler o livro, mas aqueles leitores mais calejados não se importam a cada soco na boca do estômago, quando narra as aventuras de Wagner Krupa;
10 - Enfim, é um livro que além de entreter o leitor, vem carregado de muita discussão intelectual e política, resgatando de certa forma uma literatura de formação, em que o autor usa-se da literatura para criticar a podridão de toda a sociedade que o cerca.
* P.s.: Não foram necessários 10.000 Pedrinhos para redigir este texto
ótimo!
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