10 Considerações sobre O Céu Noturno em Minha Mente, de Sarah Hammond

O Blog Listas Literárias leu O Céu Noturno em Minha Mente, de Sarah Hammond; neste post as 10 considerações de Douglas Eralldo sobre o livro, confira:

1 – O Céu Noturno em Minha Mente é uma narrativa densa, carregada de complexidades e não ditos que certamente exigirão de seus jovens leitores uma carga prévia de leituras. É portanto uma ótima indicação de leitura, que deve ser conhecida não apenas por jovens leitores, mas por todos que procuram uma leitura de qualidade e de valor estético e literário;

2 – Narrado na voz em primeira pessoa do jovem Mikey, um adolescente de 14 anos com problemas de aprendizagem e carregando traumas passados, a narrativa chega a ser comovente diante da ingenuidade de seu narrador cuja voz interage constantemente com o leitor, já que por causa das peculiaridades do narrador, caberá ao leitor encontrar e apontar os reais sentidos do mundo que cerca o garoto; 

 3 – É por essa voz que iremos desvendando gradualmente o passado do rapaz e seus traumas e dramas familiares, especialmente pelos flashbacks os quais saltam diante do menino os chama de Pra Trás. É durante essas viagens mentais que o rapaz vai montando o quebra-cabeças que afastou o pai da família, que o deixou uma cicatriz de presente, e que o fez testemunhar um crime; 

 4 – Esses fashbacks, estruturas elementais ao romance é o que mantém o leitor constantemente na dúvida entre uma obra realista ou fantástica. Por um bom tempo podemos nos questionar se o “prá trás” não passa de armadilhas da mente buscando ocultar a fonte dos traumas, contudo, especialmente na parte final do livros compreenderemos que esta excepcionalidade pende muito mais ao fantástico e ao inexplicável ao passo que os flashbacks ocorrem em situação as quais o Mikey do passado não poderia ter testemunhado e arquivado na mente; 

 5 – Além disso, cabe destacar a riqueza do texto Sarah Hammond, cuja narrativa é dotada de um lirismo indiscutível e de um texto cheio de estilo, cujas figuras de linguagem como prosopopeias, sinestesias, catacreses, etc… suavizam em certo ponto a complexidade e densidade da trama; 

 6 – Da mesma forma, esse olhar convincente sob o ponto de vista de um garoto com deficit de aprendizagem chama atenção para uma série de elementos a serem observados nestes tipos de caso, da incompreensão alheia a quem sofre isso e a “malandragem” dura de quem vive fora disso contrapondo à inocência perigosa para quem sofre com isso, especialmente num mundo em que a incompreensão e pessoas buscando tirar vantagem estão sempre por perto; 

 7 – Entretanto, Mikey servirá como boa fonte para apresentar uma luz de compreensão sobre o assunto, além de promover mensagens universais como a amizade, amor e especialmente caráter e correção, bons exemplos tão necessários nos dias atuais; 

 8 – E todas estas coisas que valorizam o presente romance juvenil (e que deve ser lido por todas as idades) são acompanhadas de elementos bastante atrativos aos leitores, como a ação, a aventura, e claro, a existência de um segredo oculto que de alguma forma dialoga com os romances policiais e nos faz detetives por algumas páginas; 

 9 – E para não ficarmos somente nos elementos positivos da obra, se algo deve ser apontado como crítica na presente obra, talvez seja o momento em que Mikey, destoando de si mesmo do restante da obra consegue relacionar pontos que o levam a conclusão envolvendo vingança. É um pequeno detalhe, mas que porém chama a atenção, pois como dito anteriormente, em todo o romance o olhar de Mikey sobre o mundo é deficitário e cheio de lacunas a serem completadas pelos leitores, e assim, de alguma forma isso quebra a constituição plena do personagem; 

 10 - Enfim, O Céu Noturno em Minha Mente é uma leitura sensível e emocionante, e certamente uma destas leituras que se constituem obrigatórias com sua riqueza estética e de valor literário, que muito provavelmente podem colocá-la entre grandes obras para jovens, para adultos, etc...



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