10 Considerações sobre Magônia, de Maria Dahvana Headley ou como cantar para salvar o mundo

O Blog Listas Literárias leu Magônia, de Maria Dahvana Headley publicado pela editora Galera Record; neste post as 10 considerações de Douglas Eralldo sobre o livro, confira: 

1 - Magônia tem o frescor dos céus numa fantasia carregada de imagens belíssimas num verdadeiro convite à imaginação de seus leitores, tudo isso numa estrutura clássica do gênero;

2 - Pelas vozes de Aza (predominante) e Jason o mundo acima de nós (das nuvens) ganha vida a partir de uma narrativa sensível que não finda com a morte, estabelecendo todo um novo e grande universo a ser explorado por aqueles que possuem a alma aventureira e são capazes de observar os grandes navios sobre nós com magonianos e rostraes em movimento constante;

3 - Todavia, o mundo acima das nuvens construído por Headley não surge como um estalar mágico, e ao longo da leitura vamos sendo informados de uma série de referências lendárias e mitológicas que emprestam seus mistérios para a construção de uma coisa nova e original;

4 - Aliás, é preciso dizer que a despeito da aparente simplicidade de sua aventura juvenil, Magônia reúne em seu interior um grande conteúdo de leituras e culturas que dão ao livro certo vigor e inteligência, até porque, sua protagonista é uma jovem de conhecimentos amplos, cuja vontade de "engolir" o mundo e seu conhecimento dá-se pela certeza da morte iminente;

5 - Com isso temos portanto uma obra de ação linear numa típica jornada do herói, nesse caso, uma jornada da heroína, que descobrira para além de sua doença e sua certeza de morte um novo e fantástico universo que paira sobre nós, Magônia;

6 - A partir disso, como leitores, somos levados a uma jornada de movimento constante e descobertas frenéticas num novo universo o qual Aza terá de compreender com muita rapidez, caindo aqui de certa maneira em alguns clichês do gênero e suas pequenas fragilidades como o fato de termos "uma escolhida" de aprendizagem nata; entretanto, tais detalhes acabam não pesando demasiadamente na obra;

7 - Além disso, as pequenas fragilidades do romance são compensadas por seu teor visual que a todo instante nos convida a criar e produzir imagens deste espaço aéreo (e etéreo) acima das nuvens com suas embarcações, criaturas e efeitos especiais luminosos de quando o céu presencia combates e enfrentamentos;

8 - Do mesmo modo, além da carga visual, a musicalidade da narrativa casa bem com a vocação musical desta narrativa que literalmente dá asas à imaginação juntamente com o esplendor das canções  magonianas cujo poder demonstram-se irrefutáveis a partir das descobertas de Aza;

9 - Temos portanto, uma obra que consegue mesclar leveza com ação, sutileza e densidade, tudo isso numa construção imagética que ressalta o poder das metáforas e que privilegia o lirismo fantástico de um universo habitado por criaturas fascinantes que nos imbuem do desejo de conhecê-los;

10 - Enfim, criativo, emocionante e muito belo, Magônia certamente tem o poder de encantar seus leitores, e ainda que trilhe seu caminho pelo calçamento seguro dos clássicos, o faz com muita identidade e autoridade que com certeza colaboram para destacá-lo no gênero.



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