7 Boas razões para ler mais ficção nacional

Recentemente notícias envolvendo a ficção brasileira repercutiram na imprensa on-line, especialmente pelo fato de poucas obras de ficção dar o ar das graças entre os best-sellers, bem como a informação de que ficção brasileira. Até mesmo a política editorial das editoras começou a ser questionada, e o Listas Literárias quer entrar no debate com ideias ufanistas e esperançosas, e quem sabe começar uma campanha pela ficção nacional.































1 – Em toda essa discussão há um círculo vicioso com duas questões existenciais, a de que “editoras não investem em ficção nacional”, e a outra de que “editoras não investem por que ficção nacional não vende”. Na verdade isso é um estica e puxa que pode ser interminável, ou então sofrer interferência direta da outra ponta da cadeia, os leitores. Posso estar enganado, mas acredito que isto é uma questão de demanda, ou seja, quanto mais consumidores de ficção nacional, mais coragem as editoras terão de investir seus recursos em escritores brazucas. Portanto queridos leitores do blog, a primeira boa razão, é de que o poder está em vossas mãos, que podem, consumindo mais ficção nacional, pressionar nossas editoras para que tenhamos mais títulos de ficção nas livrarias;

2 – Como já abordei nesta outra lista, com 10 bons motivos para ler literatura nacional, há uma infinidade de coisas positivas ao nos aventurarmos em obras escritas por brasileiros;

3 – Os escritores brasileiros não são melhores que os estrangeiros, mas também não são piores. Somos iguais, e tanto lá fora, quanto aqui no Brasil, há péssimos, bons, e ótimos escritores. E falo isso com propriedade de quem consome muita ficção nacional, onde nossos clássicos possuem densidade, e nossa fantasia é criativa e muito rica;

4 – Nomes como Eduardo Spohr, Jô Soares, Ryoke Inoue, Raphael Draccon, Luis Fernando Veríssimo, Cristovão Tezza, Thalita Rebouças, Carolina Munhoz, André Vianco, Paula Pimenta, só para citar alguns nomes comprovam que nossos autores podem vender tão bem, ou até melhor que nomes estrangeiros consagrados, derrubando de certa forma o mito que ficção nacional não vende;

5 – Leia direto da fonte. Sim, pois ler ficção nacional é ler direto da fonte, a única e melhor forma de conhecer plenamente o domínio de um autor é lendo em seu idioma natal. Podemos amar As Crônicas do Gelo e do Fogo (E eu adoro essa série), mas os parágrafos podem sofrer alterações conforme o entendimento de cada tradutor;

6 – Além disso, ler ficção nacional é mergulhar em nós mesmos, reconhecendo através da cortina ilusória da ficção, nossas mazelas, nossas virtudes, e nossa identidade. Seja na Bahia de Gabriela, nos pampas de O Tempo e o Vento, ou então no Rio de Janeiro invadido por anjos em A Batalha do Apocalipse, a ficção nacional nos permite uma imersão muito intimista;

7 – Outro fator que considero importante é que há um grande número de autores brasileiros produzindo boa e qualificada ficção, mesmo longe das livrarias tradicionais. Aqui mesmo no blog tive o prazer de conhecer o texto de autores como, Alfer Medeiros, Allan Pitz, Hanny Saraiva, Samila Lages, entre outros, que me surpreenderam pela originalidade, ou pela forma de contar suas histórias, mesmo ainda não estando em grandes editoras com maior suporte e apoio. Tenho absoluta certeza de que se os leitores procurarem vão conseguir encontrar mais e talentosos nomes que produzem ficção com seriedade e amor. Muito deles mesmo, literalmente batalham com amor e afinco para produzir literatura diante dezenas de adversidades;

E vocês, o que acham disso? Estão dispostos a ler + ficção nacional? Deem suas opiniões nos comentários.

19 Comentários

  1. Achei muito digno a postagem!

    Pretendo ser escritor no futuro, e esse é meu futuro mercado, né? Rsrsrsrsrs

    Rola muito preconceito, assim como rola com filmes nacionais! são paradigmas a serem quebrados!

    cafe-elivro.blogspot.com

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    1. A luta é essa amigo. Paradigmas estão aí para serem quebrados.

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  2. Queria compartilhar a imagem. Como faz?

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    1. Só salvar em seu pc, e postar em suas redes, ou então compartilhar o post nos ícones sociais.

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  3. Primeiramente gostaria de começar um um PARABÉNS!! A todo o site e pessoas que incentivam a NOVA literatura brasileira, com esse bum todo de fantasia e ficção!

    Eu, como quase todos os brasileiros, fui obrigado a ler Machado de assis e clarisse lispector na minha adolecência. E graças a isso eu tenho uma repulsa monstruosa por toda a literatura "clássica" brasileira.

    Se eu ver Machado de assims na capa de um livro eu isolo longe. E falo isso sem nenhum pudor pq a culpa nao foi minha, e sim desse sistema ridículo de querer que adolecentes leiam "NOVIDADES" DO SÉCULO XIX!! Tá de sacanagem? É interesante, e só, para a geração atual conhecer as histórias clássicas, EU DISSE SÓ CONHECER, pq ler seria um atentando contra toda uma geração de novos leitores.

    Comecei a ler MESMO livros ano passado, com 24 anos. Comecei lendo vários livros de fantasia, que adoro.

    Mas, um dos motivos de eu me apaixonar por leitura foi por causa de 2 nomes brasileiros que emplacaram minha leitura de 2012:

    Jô Soares e Eduardo Spohr.

    Li tudo do Jô e li a batalha do apocalipse e sinceramente meu gosto pela leitura se tornou algo inimaginável. Os autores brasileiros necessitam de somente uma coisa dos próprios brasileiros: Acabar com o pré-conceito de que o que é internacional é melhor do que o nacional.

    Eu vou ler MUIIIIITOS livros estrangeiros este ano, mas pode ter certeza que haverá muitos momentos de Carolina e suas fadas ou Ednei silvestre e suas histórias nas minhas "contruções internas da imaginação diária da leitura".

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    1. Concordo que o sistema falha no método. Mas com certeza a partir do momento que você tomar o gosto para a leitura, chegara o dia em que irá querer a se desafiar a ler literatura cada vez mais complexa!

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  4. Poderiam citar mais livros de ficcão se possível? pelo menos um ou dois de cada autor citado acima, abçs!

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    1. Olá. Os escritores citados geralmente tem sido comentados no blog. Uma pesquisa rápida no search você pode encontrar o livro dos autores.

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  5. Eu também adoro ficção e fantasia nacional! Acho que os escritores brasileiros não tem o reconhecimento que merecem, pois temos escritores muito bons...
    Caso interesse (nem sei se posso fazer divulgação aqui), no meu blog eu fiz uma lista com livros de fantasia nacional: http://continhodaflora.blogspot.com.br/2012/12/7-livros-para-descobrir-fantastica.html
    Um abraço.

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  6. Alguns livros nacionais realmente se destacam, como os do Eduardo Spohr. Eu gostaria muito de ler mais literatura nacional, mas não sei se por preconceito das editoras ou outra coisa, os livros brasileiros geralmente são: crianças de 12 anos salvando o mundo; ou com um enredo até bacana, mas com menos de 250 páginas; ou politicamente corretos demais.
    Apenas poucos não integram esse grupo.

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    1. Adriano, quanto ao tamanho dos livros brasileiros, em parte é reflexo de que as editoras já investem com receio em autores nacionais, e quanto maior original, certamente maior o receio. O Diário de Um Cavaleiro Templário, cuja avaliação está disponível aqui no blog, talvez se enquadre na sua política de leitura.

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  7. Eu citaria aqui escritores nacionais que todos deveriam ler ou conhecer, que me surpreenderam: Marconi Leal com seu romance Tumbu e Rosana Rios e Helena Gomes com Sangue de Lobo. Abraços.

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  8. Descobri teu blog há pouco, vim visitá-lo e já achei bárbara a proposta de valorizar a literatura nacional.
    Eu mesma li durante a vida poucos autores brasileiros- há um preconceito imenso, uma ideia de que só se sabe escrever lá fora.
    Mas, só fui me dar conta disso quando comecei a escrever.
    O espaço para o autor brasileiro é NENHUM.
    O jornalismo literário nativo é um mero publicitário pago de obras que não precisam de MAIS propaganda, pois vendem aos milhões.
    O escritor iniciante e brasileiro hoje é o rastaquera da literatura mundial.
    Ninguém lê, ninguém dá espaço, ninguém dá crédito.
    É lançada uma série de fantasia internacional e vende como água.
    Por que não dão uma força para autores de fantasia nacionais?
    Como tu dissestes... há os ruins, os bons, os razoáveis... Assim como nem tudo que vem do exterior possui qualidade- e vende mesmo assim.
    Parabéns pelo teu blog.
    É o único com diferencial que eu vi até agora.
    Carla
    Autora de Lila no Labirinto de Sagitário
    Editora AGE

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  9. Carlas Reverbel,você tá com todas as razão no que esta dizendo é isso mesmo.

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  10. Outro problema do livro no Brasil é o preço eu importo regularmente da amazon us, es e sempre fica mais barato que versão portuguesa, acho que seria uma boa copiar os pocket com qualidade do papel menor... etc mas com preço mais acessível, sobre a literatura nacional tenho preconceito mesmo pela mesma razão do Tiago ser obrigado na escola ler os clássicos me fez associar a literatura nacional algo chato e desagradável.

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  11. Quer conhecer Literatura Nacional de alto nível, então vá e conheça: https://www.facebook.com/pages/O-Espelho/131789326984868

    Não vão se arrepender.

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  12. Posso dizer que minhas professoras do antigo ginásio foram as responsáveis por me fazer ler livros nacionais. E não foi me apresentando Machado de Assis, Eça de Queiroz e afins. Eu tive contato com a Coleção Vaga-Lume, com Pedro Bandeira. Antes disso, já lia Monteiro Lobato e seu Sítio do Pica-Pau Amarelo. Antes disso, outros autores de fantasia e ficção ou quadrinhos não nacionais. Sempre fui muito de ler.
    É também nossa responsabilidade não só comprar livros nacionais para nós, mas educar nossos filhos com eles e apresentá-los às crianças tão cedo quanto suas idades o permita. Talvez a geração de hoje ainda não leia autores nacionais tanto quanto gostaríamos, mas, quem sabe a próxima não o faça?

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